Agência recomenda economia ‘verde’ para recuperar Europa pós-pandemia

Estímulos para infraestrutura sustentável geram empregos e diminuem emissões, afirma programa da ONU
Acoplamento setorial contribui com a redução da emissão de gases do efeito estufa (Foto: Mark Garten/UN Photo)

Os pacotes de estímulos fiscais na Europa para reconstrução após a pandemia do novo coronavírus oferecem uma oportunidade de recuperação e criação de empregos “verdes“. Um dessas oportunidades de investimento é a o acoplamento setorial, aponta o Pnuma (Programa das Nações Unidas Para o Meio Ambiente).

Acoplamento setorial é a eletrificação de setores da economia —como transporte, construção civil e indústria — à rede elétrica ou ao hidrogênio verde produzido a partir de energias renováveis (eletrificação indireta).

Um estudo coordenado pela Bloomberg aponta que essas medidas podem reduzir significativamente a emissão de gases de efeito estufa até 2050. “Mas isso não acontecerá sem uma mudança de mentalidade e políticas públicas para estimular a aceitação da população”, completa o especialista em mudanças climáticas da PNUMA Niklas Hagelberg.

O especialista afirma ainda que se os investimentos forem planejados e direcionados de forma correta, os dividendos com recuperação sustentável e de empregos podem ser enormes.

Sustentabilidade

De acordo com o estudo da Bloomberg, a Alemanha e o Reino Unido mudariam até 2050 para tecnologias de baixo carbono graças à energias renováveis baratas.

“O acoplamento setorial poderia diminuir as emissões em 60% entre 2020 e 2050 no transporte, construção civil e indústria. Isto equivaleria a uma redução de 71% em relação aos níveis de 1990”, aponta a publicação.

O hidrogênio também tem um papel fundamental. “As autoridades devem facilitar o aumento da união entre energia e gás natural, além de reduzir as barreiras técnicas e regulatórias para a injeção de gás natural nas redes de gás.”

No entanto, outros setores podem trazer desafios para a implementação de políticas ligadas ao meio ambiente. Aviação, transporte marítimo e processos industriais de alta temperatura são alguns deles. O estudo aponta que nesses casos outras soluções serão necessárias.

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