A Albânia se tornou nesta quinta-feira (12) o mais recente país a bloquear completamente o TikTok, o primeiro na Europa. A rede social chinesa, que conquistou cerca de 1,5 milhão de usuários no país, ficará inacessível por pelo menos um ano, após determinação das autoridades locais sob alegações ligadas à segurança pública e proteção dos jovens. As informações são da rede Deutsche Welle (DW).
O bloqueio, que havia sido decidido em dezembro do ano passado, foi imposto pela Autoridade Albanesa para Comunicações Eletrônicas e Postais, que ordenou aos provedores de internet a suspensão imediata do acesso ao aplicativo.
A decisão ocorreu após um incidente envolvendo violência juvenil, alimentado por conteúdos compartilhados na plataforma, que resultou em críticas públicas contundentes do governo. O primeiro-ministro da Albânia, Edi Rama, chegou a classificar o TikTok como um “valentão de bairro”.
Embora o governo alegue que a medida seja uma tentativa de proteger jovens e combater influências negativas, os partidos de oposição acusam as autoridades de utilizarem o bloqueio como uma ferramenta para restringir a liberdade de expressão, especialmente com as eleições parlamentares marcadas para maio. Para opositores, o TikTok se tornou essencial em estratégias políticas e eleitorais, tornando o momento do bloqueio controverso.
A decisão da Albânia ocorre em um contexto mais amplo, no qual vários países têm restringido o acesso ao aplicativo. A Índia proibiu o TikTok em 2020 alegando risco à segurança nacional, enquanto a Austrália decidiu bloquear o acesso de crianças e adolescentes menores de 16 anos a todas as redes sociais, incluindo o aplicativo chinês. A França chegou a vetar o acesso à plataforma temporariamente no território da Nova Caledônia.
Stepan Kodra, analista político em Tirana, afirmou à imprensa local que o bloqueio pode causar consequências inesperadas, ressaltando que “a oposição depende do TikTok para suas campanhas eleitorais”. A medida acontece às vésperas das eleições parlamentares, marcadas para maio deste ano, tornando a decisão ainda mais controversa.