As autoridades da Croácia detiveram na terça-feira (31) a turcomena Aya Niyazova, ativista do grupo russo de protesto Pussy Riot. Ela foi presa com base em um mandado internacional de prisão expedido pela Interpol em 2002, a pedido do governo do Turcomenistão.

Olga Borisova, também integrante da banda russa que se tornou símbolo de oposição ao governo de seu país, anunciou a detenção da amiga pelo Facebook.

O Pussy Riot atualmente está em turnê pela Europa para realizar shows de protesto contra a guerra na Ucrânia. Aya já havia sido presa por um período de aproximadamente sete horas na Eslovênia, de onde cruzou a fronteira rumo à Croácia.

“O Turcomenistão é uma das piores ditaduras do mundo. Os oposicionistas estão sendo mortos lá, mas você não ouve sobre isso, não há Internet, agora você não pode deixar o Turcomenistão”, disse Borisova no post. “Muitos oposicionistas foram presos e mortos, entre eles o pai de Aya”.

Segundo Borisova, a amiga vivia em Moscou quando foi alertada de que precisava deixar a Rússia, que tem o Turcomenistão como aliado. Niyazova é acusada de ter roubado, junto com o pai, o equivalente a US$ 40 milhões de euros de um banco local, crime que ambos sempre negaram ter cometido.

A ativista alega que a acusação foi motivada pelo fato de que o pai dela de juntou à oposição turcomena e acabou preso a mando do então presidente Gurbanguly Berdymukhammedov, hoje sucedido no poder pelo filho Serdar Berdimuhamedow. Ele morreu na prisão.

Na Croácia, Aya aguarda que uma corte local decida se será ou não extraditada para o Turcomenistão. “No momento, estamos em contato com um advogado, estamos aguardando um recurso, estamos envolvendo a mídia, ativistas de direitos humanos e estamos muito preocupados com Aya”, disse a amiga no post.