As mortes de dois experientes operadores de drones russos na Ucrânia causou grande agitação entre blogueiros pró-Kremlin. Eles alegam que os operadores foram enviados para lutar como soldados comuns de infantaria, retirados assim de funções que exigem especialistas treinados e têm sido cruciais no conflito. As informações são da Business Insider.
Em um vídeo gravado antes das mortes, os operadores disseram que foram enviados em uma missão suicida como punição por terem discutido com seu comandante. As imagens foram amplamente divulgadas em canais russos no Telegram.
Os soldados foram identificados como Dmitry Lysakovsky e Sergei Gritsai, membros do 87º Regimento de Fuzileiros lutando perto de Pokrovsk, em Donetsk. Eles alegaram que o comandante Igor Puzyk, novo no destacamento, desfez o esquadrão de drones depois que os soldados discutiram com o superior.
Eles também afirmaram que Puzyk facilitava o tráfico de drogas em sua unidade e falsificava os relatórios sobre os resultados das batalhas.
Na sexta-feira (13), Lysakovsky desapareceu durante um ataque de infantaria à vila de Lysivka, seis quilômetros a leste de Pokrovsk, uma das áreas mais perigosas da linha de frente no leste da Ucrânia. Antes de morrer, mostrou um vídeo que ele gravou logo antes do ataque, relatou a Forbes.
“Há uma grande chance de que eu não retorne”, disse Lysakovsky.
De acordo com fontes russas traduzidas pelo analista estoniano WarTranslated, Lysakovsky criou uma equipe de drones de longo alcance no 87º Regimento e era responsável por localizar veículos ucranianos importantes, incluindo um lançador de foguetes.
Mesmo com sua reputação de ser eficaz, Lysakovsky não foi poupado quando Puzyk assumiu o regimento e dissolveu a equipe de drones, transferindo os operadores para pelotões de infantaria.
Vários comentaristas russos criticaram as circunstâncias das mortes, com alguns pedindo que especialistas como atiradores e operadores de drones não sejam enviados para combates de infantaria. O jornalista pró-Kremlin Alexander Kots chamou essa prática de “sabotagem”, dizendo que transferir uma equipe de reconhecimento de veículo aéreo não tripulado para a infantaria é inaceitável.
No domingo (15), o Ministério da Defesa russo confirmou que os dois homens morreram durante um ataque à vila de Lisivka, que os russos haviam erroneamente declarado como “libertada” mas ainda estava sob controle ucraniano. A pasta afirmou que investigará o caso.