Conselho da ONU aprova monitoramento de direitos humanos na Rússia

Medida anunciada pelo principal órgão de direitos humanos das Nações Unidas reconhece a gravidade da situação dos direitos básicos no país liderado por Vladimir Putin

O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) concordou nesta sexta-feira (7) com uma proposta apresentada pela União Europeia (UE), exceto a Hungria, de monitoramento da situação dos direitos básicos na Rússia. Esta é a primeira resolução focada em violações dentro do país. As informações são do jornal independente The Moscow Times.

Entre os 47 Estados-membros do principal órgão de direitos humanos da ONU, 17 votaram a favor da nomeação de um relator especial para inspecionar o país liderado por Vladimir Putin durante um ano. As abstenções somaram 24, e seis votos foram contrários, incluindo da China, uma aliada de primeira ordem de Moscou, bem como Cuba e Venezuela.

Direitos humanos na Rússia entram na mira da ONU (Foto: UN Geneva/Flickr)

Ficou definido que o trabalho do relator será o de “coletar, examinar e avaliar informações relevantes de todas as partes interessadas, incluindo a sociedade civil russa dentro e fora do país”. Depois de um ano, as informações coletadas deverão ser reunidas e apresentadas à Assembleia Geral da ONU em Nova York.

Antes da votação, o embaixador russo Gennady Gatilov não poupou críticas à medida, alegando que o movimento trazia mais um exemplo da “forma como os países ocidentais estão usando o conselho para atingir seus objetivos políticos”.

Segundo a Human Rigts Watch (HRW), uma das maiores organizações humanitárias do mundo e silenciada por Moscou em abril após ter seu registro cancelado, o Kremlin, nos últimos anos, tem atuado para silenciar não apenas os dissidentes, mas também as organizações não governamentais em geral.

Em abril, a Assembleia Geral das Nações Unidas já havia aprovado uma resolução suspendendo os direitos de participação da Rússia no Conselho de Direitos Humanos. O debate ocorreu após a violência reportada contra civis em Bucha, nos arredores da capital ucraniana, Kiev. A justificativa foram as violações e abusos “grosseiros e sistemáticos” contra os direitos básicos cometidos pelas tropas do Kremlin na guerra.

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