Desertores pró-Ucrânia convidam tropas do Wagner Group a mudar de lado

Corpo de Voluntários Russos convidou mercenários a se juntarem à luta com Kiev em nome de Prigozhin e depois marcharem em direção a Moscou

Combatentes russos que integram as Forças Armadas da Ucrânia estão convidando as tropas do Wagner Group a “virar a casaca” e se unir a eles na luta contra o exército de Vladimir Putin. O objetivo, além de engrossar as fileiras de Kiev, é viabilizar aos mercenários um meio de desforra pela morte de seu líder, Evgney Prigozhin. As informações são da revista Newsweek.

A convocação foi feita na quinta-feira (24) pelo ativista de extrema direita Denis Kapustin, líder do Corpo de Voluntários Russos (RVC, da sigla em inglês), que fez um apelo em vídeo onde abordou a “escolha significativa” que as forças da organização paramilitar têm diante de si. Ele apontou que os wagnerianos têm duas alternativas: a de continuar servindo como “executores das ordens de seus comandantes no Ministério da Defesa da Rússia” ou optar por se juntar à luta pela “vingança”.

“Caso não tenham cometido crimes de guerra, estamos convidando-os a se unirem a nós”, declarou Kapustin, fazendo um apelo à lealdade dos mercenários.

O neonazista Denis Kapustin (à esquerda) é apontado como líder do Corpo de Voluntários Russos (Foto: captura de tela/reprodução)

O RVC migrou para o território russo a partir da Ucrânia, na região de Belgorod, próxima à fronteira, em maio. Dele fazem parte cidadãos russos que demonstram apoio à nação invadida e resistem ao governo do Kremlin. Por outro lado, a Legião Russa Livre, outro grupo insurgente, é formada por desertores das forças armadas russas e por voluntários russos e belarussos.

Kapustin fez a promessa de que seu grupo iniciaria uma nova campanha em direção a Moscou, superando o avanço das tropas de Prigozhin durante a insurreição em junho. Ele expressou determinação em pôr fim ao conflito e voltar-se para a capital russa.

“Vamos acabar com essa situação problemática”, declarou, referindo-se à invasão russa, “e depois faremos uma reviravolta e avançaremos em direção a Moscou”. E reforçou que, desta vez, “não vão parar a 200 quilômetros ao sul do anel viário de Moscou” e irão “até o fim”.

Uma publicação no canal do Telegram da RVC afirma que o exército da Ucrânia irá assegurar a segurança dos mercenários que decidirem mudar de lado e se unir ao Corpo de Voluntários Russo. No entanto, essa informação ainda não foi confirmada por Kiev.

Na quinta-feira (24), a agência Reuters relatou que duas autoridades norte-americanas afirmaram que um míssil terra-ar provavelmente atingiu o avião da Embraer que transportava o chefe do Wagner e seu braço-direito Dmitriy Utkin. Posteriormente, o Pentágono comunicou que não possuía evidências para corroborar essa informação.

Após 24 horas de silêncio, Putin expressou “sinceras condolências” às famílias das 10 pessoas a bordo da aeronave e elogiou Prigozhin como um “empreendedor talentoso”.

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