Em busca de energia verde, Romênia e mais europeus recorrem a usinas nucleares

Meta energias limpas até 2050 da UE está fazendo com que países europeus apelem à energia nuclear

O debate sobre as mudanças climáticas levou países europeus, em especial a Romênia, a recorrer às usinas nucleares. De acordo com o portal Euronews, existem projetos de forte investimento no modelo nuclear.

Apesar dos riscos, a alternativa seria mais limpa que as usinas de carvão que predominam em Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Bulgária e Romênia. Esta última, inclusive, planeja deixar toda a operação de termelétricas até 2032.

O projeto romeno é o mais enfático no momento. O país deve aprovar uma lei para lidar com o fechamento das minas de carvão em 2022 e adotar medidas socioeconômicas para apoiar as comunidades carboníferas.

Em busca de energia verde, Romênia e europeus recorrem a usinas nucleares
Usina atômica de Cernavoda, Romênia, em agosto de 2005 (Foto: Divulgação/Bogdan)

Apesar dos planos, a Romênia deve ter dificuldade para atingir as metas climáticas da UE (União Europeia). Dentro do governo, já surgem defensores da matriz energética mais limpa – via energia nuclear.

O país construiu duas usinas nucleares ainda na era comunista em Cernavoda, uma pequena cidade às margens do Danúbio. As estruturas contam com tecnologia do Canadá, diferente por exemplo de Chernobyl, que usava tecnologia soviética.

Discussões do governo preveem a construção de mais dois reatores e a atualização dos existentes – um investimento de até 6 bilhões de euros (mais de R$ 37 bilhões). Os projetos devem sair do papel assim que a Comissão Europeia rotular a energia nuclear como verde, ou não.

Divergências

As usinas pavimentariam as chances de a Romênia atingir a meta sustentável. Se hoje o país produz entre 18% e 20% de energia limpa, até 2050, ano-meta da UE, os índices seriam de 30% a 35%. “É impossível atingir os alvos sem energia nuclear”, disse Teodor Chirica, ex-presidente de uma organização pró-nuclear de Bruxelas.

Os tímidos grupos anti-nucleares da Romênia argumentam que as mudanças climáticas já fazem com que os rios tenham menos água, o componente essencial para resfriar as usinas nucleares. Cernavoda, por exemplo, já foi afetada pela escassez.

O argumento dos ativistas é de que a Romênia poderia investir em energia eólica – setor ainda pouco explorado no país. A falta de investimento no passado interrompeu o otimismo de investidores.

A Comissão Europeia deve permanecer neutra sobre as fontes de energia escolhidas pelos governos. Rotular, ou não, a energia nuclear como verde, porém, tende a trazer um forte impacto nas decisões de investimento do continente nos próximos anos.

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