Embaixador russo na Polônia toma banho de tinta de manifestantes locais no Dia da Vitória

Sergey Andreyev foi atacado na chegada a um cemitério em Varsóvia, onde homenagearia soldados soviéticos mortos na Segunda Guerra

Simbolizando o sangue dos mortos na guerra, manifestantes pró-Ucrânia deram um banho de tinta vermelha no embaixador da Rússia na Polônia nesta segunda-feira (9), enquanto ele tentava colocar flores em um monumento em Varsóvia em reverência ao Dia da Vitória. As informações são do jornal independente The Moscow Times.

Sergey Andreyev foi atacado na chegada ao cemitério dos soldados soviéticos na capital polonesa, onde participaria de uma celebração à data que lembra triunfo sobre os nazistas no fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945. Ele ainda ouviu gritos de “fascista” e “assassino” durante a manifestação.

Sergey Andreyev ouviu gritos de “fascista” dos manifestantes poloneses (Foto: captura de tela/Reprodução Twitter)

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russa, Maria Zakharova, comentou o episódio em seu canal no Telegram.

“Em Varsóvia, durante a colocação de uma coroa de flores no cemitério de soldados soviéticos, foi realizado um ataque ao embaixador russo na Polônia, Sergei Andreev, e aos diplomatas russos que o acompanhavam”, disse ela.

A autoridade usou o ato para fazer menção à narrativa de “desnazificação” ucraniana, justificativa do Kremlin para os ataques. “Os admiradores do neonazismo voltaram a mostrar seus rostos”, acrescentou Maria, reforçando a afirmação do governo de que a Rússia está combatendo neonazistas no país vizinho.

Imagens divulgadas por agências de notícias russas mostraram que Andreev foi abordado por um homem e uma mulher vestindo roupas brancas cobertas de tinta vermelha. Eles jogaram o líquido sobre a cabeça e ombros do diplomata, atingindo também um membro de sua equipe.

Após o incidente, Andreev, que tem 64 anos, podia ser visto limpando a tinta dos olhos enquanto era cercado por manifestantes, alguns com bandeiras ucranianas e punhos erguidos para o alto. Ele acabou impedido pela multidão de deixar suas flores no cemitério.

A Polônia abrigou centenas de milhares de refugiados da vizinha Ucrânia desde o início da incursão das tropas russas.

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