Eslovênia prende dois supostos espiões acusados de servir ao governo russo

Agentes, supostamente membros de células adormecidas de uma agência russa no Ocidente, podem pegar até oito anos de prisão

Autoridades eslovenas prenderam dois estrangeiros de nacionalidade não identificada, suspeitos de espionagem para o GRU, a agência de inteligência militar russa, informou o jornal local Delo nesta segunda-feira (30), segundo matéria reproduzida pelo site Politico

A operação policial foi conduzida no fim do ano passado pela Agência Eslovena de Inteligência e Segurança (Sova) na capital Ljubljana, e os fatos foram revelados somente agora.

Os suspeitos foram detidos no dia 5 de dezembro em um escritório alugado no bairro de Bežigrad, sob acusação de supostamente terem espionado e espalhado informações falsas. As autoridades apuraram que ele usaram identidades falsas no comércio de imóveis e antiguidades.

Veículo da polícia eslovena: espiões na mira das autoridades locais (Foto: WikiCommons)

Os dois supostos agentes seriam integrantes de uma ampla rede de células adormecidas do GRU em operação no Ocidente, e podem pegar até oito anos de prisão. A operação teve apoio de serviços de segurança de outros países, já que a célula de espionagem também realizava operações fora da Eslovênia.

O Kremlin ainda não comentou o incidente. 

Serviços de segurança em toda a Europa estão no encalço de supostos agentes russos que operam no continente desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. As agências de inteligências ocidentais fizeram esforços “bastante combinados” para interromper as ações de espionagem de Moscou, expulsando metade dos espiões russos desde o início da guerra disse no ano passado Richard Moore, chefe da agência de espionagem britânica SIS (Serviço Secreto de Inteligência, da sigla em inglês), o popular MI6.

Em outubro, autoridades norueguesas prenderam o agente do GRU Mikhail Mikushin, que chegou ao país em dezembro de 2021 dizendo ser brasileiro e usando o nome José Assis Giammaria. Ele solicitou à universidade que o autorizasse a fazer parte de um grupo de estudos sobre a segurança na região do Ártico.

“Solicitamos que um pesquisador brasileiro da Universidade de Tromso seja expulso da Noruega porque acreditamos que ele representa uma ameaça aos interesses nacionais fundamentais”, disse à época Hedvig Moe, vice-chefe do Serviço de Segurança da Polícia Norueguesa (PST).

 

 

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