Estônia terá 1ª premiê mulher após fim de coalizão e escândalo por propina

Kaja Kallas assume governo após dissolução de gabinete, acusado de propina em troca de favores políticos

Um acordo entre frentes centristas definiu o nome de Kaja Kallas como a nova primeira-ministra da Estônia, pequena ex-república soviética no mar Báltico. Kallas, que assumiu nesta terça (26), será a primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de Estado do país.

A decisão foi anunciada pelos conselhos do oposicionista Partido da Reforma, de centro-direita, e do Partido de Centro, à esquerda. Ao reunir uma maioria no Parlamento, ambos devem indicar nomes para os 15 ministérios.

Kallas sobe ao poder após sua segunda tentativa em menos de dois anos. Em 2019, a estoniana não conseguiu apoio suficiente para liderar pelo Partido da Reforma e perdeu espaço para o adversário Juri Ratas.

Acordo entre frentes centristas elege 1ª premiê mulher na Estônia
A nova primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, em pronunciamento ao Parlamento Europeu em outubro de 2017 (Foto: WikiCommons/EU Estonian Presidency)

O então premiê renunciou ao cargo no dia 13 após um escândalo envolvendo um dos principais membros de seu governo. As acusações apontavam suspeitas de doações privadas para o partido em troca de favores políticos em empreendimentos imobiliários.

A instabilidade gerada pelo populista EKRE – sigla de agenda nacionalista, anti-migração e anti-UE (União Europeia) –, integrante da coalizão, culminou no desgaste irrecuperável do mandato.

Advogada e ex-legisladora do Parlamento Europeu, Kallas já escolheu outras mulheres para compor seu governo, como Keit Pentus-Rosimannus, a nova ministra de Finanças, e Eva-Maria Liimets, como chanceler, informou a Associated Press.

Novo governo

Kallas já descartou a inclusão do EKRE em seu gabinete e prometeu embarcar em um tour diplomático para restaurar os danos causados pelas afirmações do ex-ministro do Interior, Mart Helme.

Em novembro, o político renunciou ao cargo após criticar a eleição de Joe Biden nos EUA, acusar fraude no pleito norte-americano e classificar o democrata e seu filho como “corruptos”.

A nova primeira-ministra terá outros desafios pela frente. A presidente Kersti Kaljulaid já a incumbiu de formar um novo governo para lidar com o agravamento da pandemia na Estônia.

O país, de 1,3 milhão de habitantes, viu os contágios crescerem desde dezembro e soma 40,9 mil casos confirmados. Já são cerca de 390 mortes em decorrência do vírus.

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