Estrangeiros que combateram pela Ucrânia serão julgados por ‘terrorismo’ na Rússia

Três britânicos, um sueco e um croata serão julgados à revelia, vez que foram libertados em uma troca de prisioneiros

A Justiça da Rússia iniciará no dia 31 de maio o julgamento por crime de “terrorismo” de cinco cidadãos estrangeiros que combateram ao lado das forças da Ucrânia na guerra em curso na Europa. Todos, porém, serão julgados à revelia, já que não estão mais em poder do governo russo. As informações são do jornal The Guardian.

Os réus são três britânicos, identificados como John Harding, Andrew Hill e Dylan Healy, além do sueco Mathias Gustafsson e do croata Vjekoslav Prebeg. Todos foram presos pelas forças russas no ano passado durante combates em Mariupol, mas foram libertados através de um acordo de troca de prisioneiros.

Soldados das forças armadas da Ucrânia (Foto: Twitter/@DefenceU)

De acordo com a Justiça russa, os homens serão julgados por terem combatido ao lado do do Batalhão Azov, uma milícia ultranacionalista ucraniana que é oficialmente classificada pela Rússia como uma organização terrorista.

Em 2022, o governo russo chegou a ameaçar aplicar a pena de morte contra três estrangeiros capturados quando combatiam pelas forças ucranianas. O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH ) interveio para evitar que as execuções fossem levadas adiante, e os homens, dois britânicos e um marroquino, foram igualmente incluídos em uma troca de prisioneiros.

Há também três casos conhecidos de cidadãos brasileiros que se juntaram às forças ucranianas no início da guerra. Um deles, André Hack Bahi, morreu apenas no dia 5 de junho do ano passado durante um combate na cidade de Syevyerodonetsk, leste da Ucrânia.

Embora condene a presença de estrangeiros a serviço das forças ucranianas, a Rússia também conta com combatentes de outros países. Em setembro do ano passado, após o presidente Vladimir Putin anunciar a mobilização nacional que adicionou 300 mil reservistas às forças russas, o prefeito de Moscou confirmou a criação na cidade de um centro de recrutamento para cidadãos estrangeiros dispostos a combater.

Mais tarde, em novembro, a agência Associated Press revelou que soldados do exército do Afeganistão que haviam fugido do país após a ascensão do Taleban foram recrutados pelo governo russo. Os afegãos receberam a oferta de US$ 1,5 mil por mês (R$ 7,4 mil no câmbio atual) e a promessa de refúgio seguro para eles e as famílias em troca do serviço militar.

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