EUA se aproximam de acordo para acessar reservas minerais estratégicas da Ucrânia

Vice-primeira-ministra ucraniana para a Integração Europeia e Euro-Atlântica afirma que as negociações 'estão nos estágios finais'

Está em fase final de negociação um acordo que dará aos Estados Unidos acesso estratégico aos depósitos minerais da Ucrânia. O anúncio foi feito por Olga Stefanishyna, vice-primeira-ministra ucraniana para a Integração Europeia e Euro-Atlântica da Ucrânia, com informações divulgadas pela rede BBC.

“As equipes ucraniana e norte-americana estão nos estágios finais das negociações sobre o acordo de minerais. As negociações foram muito construtivas, com quase todos os detalhes principais finalizados”, disse a autoridade em seu perfil na rede social X, antigo Twitter. “Esperamos que os líderes dos EUA e da UA assinem e endossem em Washington o mais breve possível para mostrar nosso comprometimento nas próximas décadas.”

A Ucrânia tem importantes reservas de materiais cruciais como grafite e lítio, essenciais na fabricação de baterias para veículos elétricos, além de possuir uma significativa produção de titânio. No entanto, parte desses recursos se encontra em territórios ocupados pela Rússia, o que complica a situação econômica e política da região.

Conforme indicado por Yulia Svyrydenko, ministra da Economia da Ucrânia, recursos avaliados em cerca de US$ 350 bilhões ainda estão sob controle russo. Esta ocupação representa não apenas uma perda econômica significativa para a Ucrânia, mas também fortalece a base de recursos da Rússia, influenciando cadeias de suprimentos globais.

O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky (Foto: Governo da Ucrânia/Divulgação)

As discussões entre Kiev e Washington têm sido marcadas por desafios significativos, incluindo as demandas iniciais dos EUA por uma grande participação nos lucros dos recursos minerais ucranianos. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma coletiva de imprensa, manifestou resistência a ceder controle total, enfatizando que a assistência americana até agora foi uma doação e não um crédito.

O acordo é parte de uma estratégia maior dos EUA para diminuir a dependência dos minerais raros controlados pela China, que recentemente restringiu suas exportações.

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