Está em fase final de negociação um acordo que dará aos Estados Unidos acesso estratégico aos depósitos minerais da Ucrânia. O anúncio foi feito por Olga Stefanishyna, vice-primeira-ministra ucraniana para a Integração Europeia e Euro-Atlântica da Ucrânia, com informações divulgadas pela rede BBC.
“As equipes ucraniana e norte-americana estão nos estágios finais das negociações sobre o acordo de minerais. As negociações foram muito construtivas, com quase todos os detalhes principais finalizados”, disse a autoridade em seu perfil na rede social X, antigo Twitter. “Esperamos que os líderes dos EUA e da UA assinem e endossem em Washington o mais breve possível para mostrar nosso comprometimento nas próximas décadas.”
Ukrainian and U.S. teams are in the final stages of negotiations regarding the minerals agreement. The negotiations have been very constructive, with nearly all key details finalized. We are committed to completing this swiftly to proceed with its signature. We hope both US and…
— Olga Stefanishyna (@StefanishynaO) February 24, 2025
A Ucrânia tem importantes reservas de materiais cruciais como grafite e lítio, essenciais na fabricação de baterias para veículos elétricos, além de possuir uma significativa produção de titânio. No entanto, parte desses recursos se encontra em territórios ocupados pela Rússia, o que complica a situação econômica e política da região.
Conforme indicado por Yulia Svyrydenko, ministra da Economia da Ucrânia, recursos avaliados em cerca de US$ 350 bilhões ainda estão sob controle russo. Esta ocupação representa não apenas uma perda econômica significativa para a Ucrânia, mas também fortalece a base de recursos da Rússia, influenciando cadeias de suprimentos globais.

As discussões entre Kiev e Washington têm sido marcadas por desafios significativos, incluindo as demandas iniciais dos EUA por uma grande participação nos lucros dos recursos minerais ucranianos. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, em uma coletiva de imprensa, manifestou resistência a ceder controle total, enfatizando que a assistência americana até agora foi uma doação e não um crédito.
O acordo é parte de uma estratégia maior dos EUA para diminuir a dependência dos minerais raros controlados pela China, que recentemente restringiu suas exportações.