Ex-líder militar britânico adverte: Rússia, China e Irã são mais perigosos que a aliança nazista

Segundo o general Patrick Sanders, 'novas potências do Eixo' representam uma ameaça ainda mais séria que Hitler e seus aliados

Em entrevista ao The Times, o ex-chefe do Estado-Maior britânico alertou que Rússia, China e Irã podem ser vistos como uma nova ameaça comparável à aliança nazista durante o início da Segunda Guerra Mundial.

O general Patrick Sanders explicou que esses países estão mais unidos e interligados do que as nações que formavam o Eixo na época, sob a liderança da Alemanha de Hitler. Ele sublinhou a importância da modernização das forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em solo para conter eventuais ataques.

Sanders destacou que uma guerra direta com a Rússia e seus novos aliados não é inevitável, mas alertou que se tornará mais provável sem uma significativa modernização por parte do Reino Unido e da aliança atlântica.

O ex-chefe do Estado-Maior britânico, Patrick Sanders, em foto de 2022 (Foto: WikiCommons)

O general fez estimativas que apontam para um prazo de cinco a 10 anos, durante os quais Moscou poderá se reequipar e representar uma ameaça significativa semelhante à que tem representado para a Ucrânia. E disparou o alarme: o cenário atual deixou o mundo diante de “um momento tão perigoso quanto qualquer outro que tivemos desde 1945”.

Sanders também mencionou que, antes disso, o presidente russo Vladimir Putin poderia ordenar operações “abaixo do nível de conflito” ou buscar oportunidades para expandir seu território.

Segundo Sanders, se os britânicos adotarem as medidas adequadas agora, abordando as ameaças e lacunas de suas capacidades, modernizando as forças armadas e fortalecendo a resiliência da sociedade e do Reino Unido, “podemos evitar esses cenários”. Ele argumenta que, ao fazer isso, a probabilidade desses eventos ocorrerem serão “reduzidas significativamente”.

“Por outro lado, se não tomarmos essas medidas, aumentamos a probabilidade e damos incentivo a Rússia, China e Irã”, pontuou.

Sanders também avaliou que as forças armadas do Reino Unido não possuem mais a capacidade de realizar uma invasão como a do sul do Iraque em 2003, ou mesmo retomar as Ilhas Malvinas como fizeram em 1982.

Após deixar recentemente o cargo de chefe do Exército Britânico, ele destacou a capacidade do Reino Unido de se proteger contra o terrorismo e ameaças cibernéticas, ao mesmo tempo em que apontou falhas na defesa aérea e escassez de armamentos.

Sanders se absteve de revelar o tamanho exato dos estoques de projéteis de artilharia e mísseis do exército, indicando que essa informação é confidencial, mas sugeriu que era preocupante. Além disso, ele alertou sobre as capacidades atuais das forças armadas para defender o Reino Unido contra potenciais ataques.

O general causou polêmica ao assumir como chefe do Estado-Maior há dois anos, ao comparar a situação global com o “momento de 1937”. Embora ele sinta que seu aviso foi percebido, expressou desapontamento com a falta de aumento significativo nos investimentos em capacidades, estoques e resiliência nacional, que ele esperava ver.

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