A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) dará início ao seu exercício nuclear anual na próxima segunda-feira (14), conforme anunciou o novo secretário-geral, Mark Rutte, nesta quinta-feira (10), em meio ao aumento da retórica nuclear do presidente russo, Vladimir Putin. Cerca de 60 aeronaves de 13 países, participarão do exercício Steadfast Noon, que será sediado pela Bélgica e Holanda. As informações são da Reuters.

Caças F-35A e bombardeiros B-52, com capacidade de transportar armas nucleares, participarão do exercício, mas sem o uso de munição real. A maior parte das manobras, que irão durar duas semanas, ocorre a cerca de 900 quilômetros da Rússia, no Mar do Norte. Dois mil militares irão participar. Autoridades da Otan informaram Moscou sobre os exercícios.

Rutte afirmou em Londres que é essencial testar e fortalecer a defesa da aliança para demonstrar que está preparada para responder a qualquer ameaça em “um mundo incerto”.

Angus Lapsley, secretário-geral adjunto da Otan para Política de Defesa e Planejamento, afirmou que o objetivo do exercício é demonstrar que a aliança é capaz de enfrentar qualquer ameaça aos seus 32 países-membros, algo que “qualquer adversário deve levar muito a sério”. Lapsley também mencionou que a aliança está atenta ao crescimento da Coreia do Norte como potência nuclear, à rápida expansão das capacidades nucleares da China e aos avanços no Irã, mas destacou que “a maior preocupação é a Rússia”.

Desde a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia em 2022, Putin tem alertado repetidamente o Ocidente sobre possíveis consequências nucleares. No mês passado, ele afirmou que a Rússia poderia usar armas nucleares se fosse atacada por mísseis convencionais e que consideraria qualquer ataque respaldado por uma potência nuclear como um ataque conjunto.

Autoridades da Otan destacaram que o exercício não é uma resposta a declarações recentes de Moscou e que esses exercícios ocorrem anualmente há mais de uma década.