Hungria de Orbán supera Bulgária e é o país mais corrupto da União Europeia, aponta índice

Transparência Internacional justifica posição pelo uso indevido de fundos estatais e do bloco europeu pelas “elites políticas” húngaras

Hungria foi apontada como o Estado-membro da União Europeia (UE) de pior histórico de corrupção no setor público, de acordo com o Índice de Percepção de Corrupção, relatório divulgado na terça-feira (31) pela Transparência Internacional. O país liderado pelo conservador primeiro-ministro Viktor Orbán assumiu a ingrata posição no bloco econômico no lugar da Bulgária. As informações são da rede Bloomberg.

O índice usa dados de pesquisa com base em entrevistas com especialistas e empresários de várias fontes – incluindo o Banco Mundial e o Fórum Econômico Mundial – para classificar 180 países em todo o mundo de acordo com seu nível percebido de corrupção.

A nação do Leste Europeu caiu quatro posições no Índice, ficando cinco abaixo da Bulgária, também membro da UE, e empatada com Burkina Faso. O relatório analisou a situação húngara considerando “uma década de retrocesso democrático e deterioração sistêmica do Estado de Direito nas mãos do partido no poder”.

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, no Parlamento Europeu, Bruxelas, maio de 2015 (Foto: Divulgação/European Parliament)

A Hungria está envolvida em uma longa disputa com a UE justamente por denúncias de corrupção, sobretudo o uso indevido de fundos estatais e do bloco por “elites políticas”. Também pesam as preocupações com o Estado de Direito, razões essas que levaram a UE a congelar 30 bilhões de euros em financiamento para o país.

Em 2022, Budapeste criou uma autoridade anticorrupção independente para lidar com as questões e classificou o índice como “politicamente tendencioso”.

Em resposta, a Hungria emitiu um comunicado em que acusa a Transparência Internacional de “pertencer à rede Soros”, fazendo menção ao filantropo de origem húngara George Soros, a quem Orban acusa de se intrometer na política húngara e global, repercutiu a rede Voice of America (VOA News).

Dinamarca e Finlândia lideram o ranking mundial, esta última empatada com a Nova Zelândia, o que se deve, segundo a Transparência Internacional, às “fortes instituições democráticas e respeito aos direitos humanos”. Na ponta de baixo da tabela estão Síria, Sudão do Sul e Somália, “envolvidos em conflitos prolongados”, segundo a análise da ONG.

Tags: