Manifestação na Rússia pede que Putin lance ataque nuclear contra os Estados Unidos

Pedido popular é pelo disparo de um poderoso míssil balístico intercontinental, capaz de atingir o território do histórico rival em minutos

Uma manifestação popular registrada recentemente nas ruas de Moscou mostrou cidadãos russos fazendo uma reivindicação nada pacífica ao presidente Vladimir Putin: que lance um ataque nuclear contra os Estados Unidos. O pedido popular é pelo disparo de um poderoso míssil balístico intercontinental, capaz de atingir o território do histórico rival em minutos. As informações são da revista Newsweek.

Um vídeo do ato pró-governo foi compartilhado no Twitter no sábado (12) por Julia Davis, criadora do projeto de jornalismo independente Russian Media Monitor e colunista do portal The Daily Beast. As imagens mostram um homem que lidera uma multidão de pessoas andando pela capital russa. Entoando cânticos, eles pedem que o Kremlin faça uso de uma de suas mais poderosas armas para destruir Washington.

“Golpeie os centros de decisão”, grita o homem à frente da multidão. “Uma tarefa de vôo para o míssil Sarmat. Sarmat, ataque as cidades do inimigo. Em Washington! Os EUA são o inimigo! Iremos para o céu como mártires”.

O Sarmat em questão é o RS-28 Sarmat, novo míssil intercontinental russo. O poder de destruição é tamanho que ele recebeu da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) o apelido de Satan II (“Satanás II”). O armamento, adicionado às forças russas em 2018, tem capacidade para transportar até 15 ogivas nucleares e um alcance estimado entre 10 mil e 18 mil quilômetros. Um único míssil pode atingir uma série de alvos num só disparo.

Na semana passada, uma reportagem da revista russa Military Thought afirmou que Washington tem planos para “neutralizar porções significativas do estoque nuclear da Rússia” antes que o Kremlin consiga executar um ataque. 

Tal operação envolveria o uso de armas não nucleares por parte dos EUA, segundo a matéria, que acrescenta que “os Estados Unidos procuram possuir armas não nucleares estratégicas com um curto tempo de voo para o alvo” que não estão sujeitas “a quaisquer restrições bilaterais ou internacionais”.

Em abril, Putin acompanhou por videoconferência o teste de lançamento do míssil balístico intercontinental Sarmat (Foto: Kremlin/Divulgação)

Enquanto isso, a Ucrânia continua a se preparar para a possibilidade crescente de que a Rússia use armas nucleares contra ela. Na semana passada, os militares do país realizaram exercícios para se preparar para tal possibilidade, focados na preparação “para eliminar as consequências de um ataque nuclear”.

A ameaça de Putin de usar armas nucleares na Ucrânia não é encarada pelos EUA e seus aliados como mero blefe. Prova disso são as recentes medidas de Washington para monitorar a movimentação militar da Rússia e tentar antecipar um eventual ataque. Entretanto, as condições são desfavoráveis aos órgãos de Inteligência, e talvez seja impossível saber antecipadamente caso Moscou opte pela medida extrema.

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