Para a Moldávia e a Ucrânia, esta terça-feira (25) é um dia tido como histórico. A data marca início a anos de negociações para integrar ambos os países como novos membros da União Europeia (UE). As informações são da rede BBC.
As conversações ocorrem em duas conferências governamentais consecutivas, realizadas em Luxemburgo, com a participação dos países candidatos, da Comissão Europeia e da presidência rotativa do Conselho, atualmente sob a responsabilidade da Bélgica. A delegação ucraniana é liderada pela vice-primeira-ministra, Olga Stefanishyna, enquanto o primeiro-ministro Dorin Recean está à frente da delegação moldava.
A reunião de terça-feira é simbólica, mas permite que a Comissão Europeia comece a analisar as legislações de Kiev e Chisinau para verificar se estão alinhadas com as da UE em áreas como energia e segurança alimentar. Os quadros de negociação aprovados recentemente também serão apresentados a esses países. Um diplomata da UE mencionou que o processo pode ser mais rápido desta vez devido aos acordos de comércio livre de 2014. No entanto, o processo de adesão ao bloco geralmente leva anos e envolve várias reformas. Atualmente, sete outros países também aguardam para se tornarem Estados-membros.

A presidente da Moldávia, Maia Sandu, uma das principais defensoras da direção europeia, fixou 2030 como meta para a adesão à UE, mas o país ainda enfrenta um longo e difícil caminho até a adesão.
Com uma população de 2,6 milhões de habitantes, a Moldávia é pequena em termos europeus, e uma em cada cinco pessoas reside na capital. No entanto, Maia, conhecida por sua fluência em inglês e francês, tem uma posição de destaque entre os líderes da UE. Ela participa das cúpulas da UE viajando em classe econômica e vestindo jeans e tênis.
A Moldávia, um dos países mais pobres da Europa, está situada entre a Ucrânia e a Romênia. O país enfrenta problemas de corrupção e depende significativamente das remessas enviadas por sua grande diáspora espalhada pela UE. Apesar dos esforços da Rússia para desacreditá-la, essa conexão com o restante da Europa é de grande importância.
Antiga república soviética e com maioria de língua romena, a Moldávia tem uma região separatista pró-Rússia chamada Transnístria. Após a invasão russa da Ucrânia, Kiev rapidamente fechou a fronteira de 452 km que compartilha com a Transnístria.
O país está dividido entre grupos que apoiam e que se opõem à União Europeia, e o maior desafio que enfrenta é a questão da Transnístria. Antes de se tornar membro da UE, o país precisará assumir compromissos abrangentes em relação às garantias democráticas e judiciais.
Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, afirmou que as conversações de terça-feira foram “um motivo de orgulho para ambas as nações e um avanço estratégico para a União Europeia”.
Ele também destacou que “os esforços da Ucrânia são ainda mais admiráveis, considerando que a guerra da Rússia contra a Ucrânia causou dificuldades e adversidades sem precedentes”. Michel elogiou “a coragem e a solidariedade extraordinárias do povo ucraniano na defesa de sua soberania e de seu futuro europeu”.