A Rússia chamou o embaixador dos EUA em reação a um ataque de mísseis considerado “bárbaro”, que atingiu uma praia na Crimeia durante o fim de semana, causando a morte de pelo menos quatro pessoas, incluindo crianças, e deixando outras 151 feridas. As informações são da agência Al Jazeera.
O Ministério das Relações Exteriores russo convocou a embaixadora Lynne Tracy para responsabilizar diretamente os Estados Unidos pelo ataque de mísseis perto de Sebastopol no domingo (23).
Autoridades em Moscou informaram que um míssil atingiu uma área da cidade portuária com praias e hotéis. Segundo a Rússia, 82 pessoas, incluindo 27 crianças, foram hospitalizadas devido ao ataque. O ministro da Saúde, Mikhail Murashko, mencionou que 14 dos feridos estão em estado grave, de acordo com a agência de notícias TASS.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (24), Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, acusou os Estados Unidos de serem responsáveis por “matar crianças russas”. O governador de Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, relatou no Telegram que duas das vítimas eram menores de idade.
Peskov sugeriu aos repórteres que perguntassem aos colegas na Europa e em Washington por que seus governos estavam “matando crianças russas”. Ele também mencionou os comentários feitos pelo presidente Vladimir Putin no início deste mês, referindo-se ao fornecimento de armas a países para potencialmente atacar alvos no Ocidente.
O porta-voz afirmou que o envolvimento dos Estados Unidos nos combates, resultando na morte de “russos pacíficos”, inevitavelmente “terá consequências, cuja natureza será determinada pelo tempo”.
O Kremlin alertou sobre o risco de uma escalada devido a uma recente decisão dos EUA que permite à Ucrânia usar armamentos fornecidos contra alvos dentro do território russo, e advertiu que isso terá “consequências”. O Ministério da Defesa russo afirmou que o ataque ucraniano à Península da Crimeia, sob ocupação russa, foi realizado com cinco mísseis do Sistema de Mísseis Táticos do Exército (ATACMS) fornecidos pelos EUA.
Autoridades russas alertaram que a guerra na Ucrânia está se tornando mais perigosa, enquanto Putin enfatiza o risco de um conflito em larga escala entre potências nucleares.