Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
No mês de março, foram registrados 164 civis mortos e 910 feridos na Ucrânia, um aumento de 50% em relação ao mês anterior e de 70% em comparação com o mesmo período do ano passado.
Os dados foram reunidos pela Missão de Monitoramento de Direitos Humanos da ONU na Ucrânia em sua atualização mensal, divulgada nesta semana.
Bombardeio quase diário de drones
O levantamento indica que 95% das vítimas estavam em território controlado pelo governo ucraniano e foram atingidas pelo impacto de mísseis de longo alcance e drones “suicidas”. Esses armamentos carregam munições explosivas e vagam por uma área esperando um alvo, se lançando contra ele quando localizado.
A chefe da Missão da ONU, Danielle Bell, disse que “o bombardeio quase diário de drones de longo alcance matou e feriu dezenas de civis em todo o país”
O Escritório da ONU de Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, relatou mais uma onda de ataques em Dnipro, Kramatorsk e Kharkiv na madrugada de quarta-feira (9), que deixou muitos feridos e causou danos a prédios residenciais.
Trabalhadores humanitários estão no local para avaliar as necessidades e ajudar as pessoas afetadas.

Míssil balístico em parque infantil
Um dos locais mais atingidos em março foi Kryvyi Rih, localizada a cerca 70 quilômetros da linha de frente do conflito. Cinco ataques lançados pelas Forças Armadas russas na cidade mataram pelo menos seis civis e feriram outros 66.
Entre os locais atingidos nesses ataques estavam prédios civis, incluindo dois hotéis e um restaurante.
Os ataques mortais contra a cidade continuaram em abril, incluindo um míssil balístico que caiu sobre um parque infantil em 4 de abril, matando 19 civis, incluindo nove crianças, e supostamente ferindo 74, incluindo 12 menores.
Este foi o ataque mais mortal contra crianças verificado pela Missão de Direitos Humanos desde o início da invasão em larga escala pela Rússia em fevereiro de 2022.
O Alto Comissário de Direitos Humanos da ONU, Volker Turk, expressou surpresa com o ataque e pediu uma investigação rápida, completa e independente.
“Padrão brutal de morte e destruição deve acabar”
A Missão de Monitoramento também verificou que dois hospitais em funcionamento foram atacados diversas vezes em março com drones “suicidas” lançados pelas forças armadas russas.
Em todos os casos, a equipe do hospital seguiu os protocolos de segurança para garantir que pacientes e profissionais de saúde estivessem em abrigos.
Em discurso no Conselho de Segurança na terça-feira, o subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários pediu à comunidade internacional que faça mais para proteger os civis sob fogo.
Tom Fletcher afirmou que “este padrão brutal de morte e destruição de civis em áreas povoadas deve acabar”.
Ele ressaltou que quase 13 milhões de pessoas em toda a Ucrânia precisam de apoio humanitário. A maioria são mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência.