ONU vê melhora nos preços dos alimentos após embarques de grãos no Mar Negro

Marca de 3 milhões de toneladas de grãos transportados desde a Ucrânia deve ser alcançada nesta semana

Dois objetivos vitais da Iniciativa de Grãos do Mar Negro, intermediado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e pela Turquia, já estão sendo alcançados, segundo a secretária-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), Rebeca Grynspan. 

Ela avalia que a queda constante nos preços internacionais dos alimentos e a crescente disponibilidade de grãos ucranianos são os primeiros sinais de sucesso. A chefe de comércio da ONU informou que os preços caíram consistentemente à medida que as exportações da Ucrânia e da Rússia aumentaram desde 22 de julho, quando foi assinado o acordo.

Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura) os valores estão em queda há cinco meses. 

Mesmo com a avaliação positiva, Grynspan expressou sua preocupação com a resposta da queda de preços internacionais nos mercados domésticos, com países em desenvolvimento ainda lutando com as altas, além da inflação e desvalorizações de moeda. 

De acordo com o coordenador da ONU para a Iniciativa de Grãos do Mar Negro, Amir Abdulla, 129 navios totalmente carregados, transportando mais de 2,8 milhões de toneladas de grãos deixaram os três portos ucranianos designados do Mar Negro para diferentes países.

Ele ressaltou que a marca de três milhões de toneladas deve ser vista ainda esta semana. Em sua avaliação, algumas melhorias podem ser feitas para acelerar as remessas.

Navios no Mar Negro (Foto: Wikimedia Commons)
Fertilizantes russo

Respondendo a uma pergunta sobre relatórios de atrasos nos embarques de fertilizantes russos, Grynspan disse que fertilizantes e amônia também foram incluídos nos acordos iniciais assinados em Turquia.

Segundo ela, a ONU continua a fazer esforços para permitir um resultado positivo nas exportações russas de amônia para os mercados internacionais, destacando que os fertilizantes são “uma parte muito importante deste acordo”. 

Com o preço dos fertilizantes três vezes mais altos que antes da pandemia, ela avalia que uma crise de acessibilidade será catastrófica se o acesso ao produto não for normalizado. 

Ainda sobre os insumos, Grynspan lembrou que a época de semeadura de novas culturas na África Ocidental acabou, e o plantio caiu em uma porcentagem muito alta por causa dos custos de fertilizantes.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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