A Rússia alega que julgou e condenou, desde o início da guerra da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, 785 cidadãos estrangeiros que lutaram ao lado das tropas ucranianas. Os números foram anunciados nesta quinta-feira (26), através do aplicativo de mensagens Telegram, pelo Comitê Investigativo, órgão estatal responsável pela apuração de crimes graves no país.
Ao anunciar os números, o órgão estatal afirma que os réus são “mercenários estrangeiros que participaram nas hostilidades ao lado das Forças Armadas Ucranianas em troca de compensação monetária”.
De acordo com o jornal The Moscow Times, destacam-se os casos de integrantes de grupos rebeldes inclusive de origem russa, como a Legião da Liberdade da Rússia. Também cita o Regimento Belarusso Kastus Kalinouski, originário de Belarus, um importante aliado de Moscou.
Um grupo citado no próprio comunicado do Comitê é a Legião Nacional Georgiana. Embora tenha se distanciado de Moscou desde a dissolução da União Soviética, a Geórgia experimenta atualmente uma reaproximação e parece cada vez mais se posicionar dentro da esfera de influência do Kremlin.
Moscou diz que passou a investigar casos de combatentes a serviço de Kiev ainda em 2014, por ocasião da anexação da Crimeia e do conflito separatista em Donbass. Desde então, diz ter “iniciados mais de 5,3 mil processos contra representantes da liderança militar e política do regime de Kiev, membros de associações nacionalistas radicais, bem como representantes das forças de segurança.”
Desse total, o Comitê de Investigação cita 412 pessoas consideradas culpadas, com 32 delas condenadas à prisão perpétua.