Putin coloca a antiga KGB para caçar russos que têm lutado ao lado das tropas da Ucrânia

Presidente prometeu que os traidores serão identificados e punidos 'sem qualquer prazo de prescrição, onde quer que estejam'

A Rússia está sob ataque em sua porção oeste, com as regiões de Belgorod e Kursk invadidas por tropas inimigas e atingidas por mísseis e drones disparados a partir da Ucrânia. Os agressores, porém, não são soldados ucranianos, e sim russos que se viraram contra seu próprio país. Tal cenário levou o presidente Vladimir Putin a destacar o FSB (Serviço Federal de Segurança), sucessor da KGB, para caçar os traidores, sob a promessa de puni-los severamente. As informações são do site Politico.

“Peço, como sempre aconteceu na nossa história, que não esqueçamos quem são, identifiquemos pelos nomes. Vamos puni-los sem qualquer prazo de prescrição, onde quer que estejam”, disse o presidente russo durante reunião do conselho do FSB na terça-feira (19).

Vladimir Putin: Rússia está sob ataque de seus próprios cidadãos (Foto: Kremlin.ru/Divulgação)

Moscou trata os rebeldes como combatentes a serviço das Forças Armadas ucranianas, enquanto Kiev diz que eles agem de forma independente e não mantêm relação formal com a Ucrânia. Embora não haja confirmação independente, acredita-se que sejam cidadãos russos insatisfeitos com o regime que formaram milícias armadas e passaram a defender a causa ucraniana.

Entre esses grupos rebeldes, três têm se destacado: o Corpo de Voluntários Russos, a Legião da Liberdade da Rússia e o Batalhão Siberiano. Dispostas a intensificar a ofensiva, essas facções sugeriram na semana passada aos moradores que evacuassem cidades russas em Belgorod e Kursk, nas proximidades da fronteira com a Ucrânia.

A orientação foi dada em um comunicado conjunto no qual os grupos também explicaram o que os levou a mudar de lado. Disseram que “os assassinos de Putin estão realizando ataques massivos contra cidades ucranianas pacíficas”, com “dezenas de pessoas comuns inocentes (principalmente mulheres e crianças)” mortas em meio aos bombardeios.

Alexei Baranovsky, membro da Legião da Liberdade da Rússia, mostrou pretensões mais ambiciosas em entrevista à revista Newsweek. Segundo ele, seus companheiros pretendem “marchar sobre Moscou” em busca da “libertação da Rússia de Putin”. Esse objetivo, porém, pode ter que esperar: “Talvez não consigamos realizá-lo agora, mas essa é a nossa missão global”, acrescentou.

Na reunião com o FSB, Putin comparou os rebeldes ao Exército de Libertação Russo, que era formado por desertores que se uniram à Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial. “Quanto a esses traidores, seus atuais mestres não lhes poupam piedade: eles são enviados diretamente para a batalha como bucha de canhão. Eles recebem o que merecem”, afirmou o chefe de Estado.

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