Otan diz que já entregou quase dois mil veículos de combate e munição ‘vasta’ à Ucrânia

Aliança militar disse que entregou mais de 98% dos veículos de combate prometidos a Kiev para combater o exército de Putin

Os aliados e parceiros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) forneceram à Ucrânia 230 tanques de guerra e 1.550 veículos blindados diversos para ajudar o país invadido a conter as forças russas e retomar o território ocupado. A afirmação foi feita nesta quinta-feira (27) pelo secretário-geral da aliança militar, Jens Stoltenberg. As informações são da agência Associated Press.

Durante uma coletiva de imprensa em Bruxelas, Stoltenberg disse que mais de 98% do equipamento prometido foi entregue. “Os ucranianos têm, portanto, as capacidades necessárias para reconquistar mais território”, sublinhou.

Desde o início da ofensiva russa, em fevereiro de 2022, os membros da aliança transatlântica também forneceram sistemas de defesa aérea, artilharia e caças a jato provenientes da Polônia e da República Tcheca. Além disso, treinou dezenas de milhares de militares ucranianos para utilizarem as armas fornecidas.

Tanques de guerra Leopard, da Alemanha (Foto: Wikimedia Commons)

O chefe da Otan, pediu, no entanto, que “nunca subestimem” a Rússia. “As forças russas podem não ter qualidade, mas estão se recuperando, e Moscou continua a mobilizar pessoal. Ficaremos com a Ucrânia o tempo que for necessário e forneceremos o que ela precisa”, afirmou.

A fala de Stoltenberg vem um dia após o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky receber um telefonema do homólogo chinês Xi Jinping, um papo definido como “longo e significativo”. Foi o primeiro contato entre os presidentes desde a invasão em grande escala da Rússia há mais de um ano. No mês passado, Zelensky chegou a fazer um convite a Xi para que visitasse a Ucrânia.

Tal aproximação entre Kiev e Beijing, na visão de Stoltenberg, não muda o fato de que a China não foi capaz de condenar a invasão ilegal da Ucrânia pela Rússia.

“Cabe à Ucrânia decidir os termos e a forma das conversações. Se quisermos uma solução pacífica e negociada que permita que a Ucrânia se estabeleça como uma nação soberana e independente, a melhor maneira de conseguir isso é fornecer apoio militar”, observou Stoltenberg.

Autoridades ucranianas, no entanto, veem a conversa com otimismo e dizem que a quebra de gelo da China foi encorajadora. Tanto é que o primeiro-ministro Denys Shmyhal avaliou nesta quinta-feira a ligação entre Xi e Zelensky como “muito produtiva”.

“Estou convencido de que é um bom começo para nossas relações no futuro”, disse Shmyhal após visitar o papa Francisco no Vaticano.

Já a repercussão no Kremlin foi pragmática. Ao ser questionado sobre o assunto em coletiva de imprensa, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse: “É assunto soberano desses países e questão de diálogo bilateral”. E acrescentou: “Estamos prontos para receber qualquer coisa que possa levar ao fim do conflito na Ucrânia e à conquista de todas as metas estabelecidas pela Rússia”.

Enquanto isso, as operações militares continuam no front. Novas unidades do exército russo, incluindo homens do líder checheno Ramzan Kadyrov, estão chegando na região de Zaporizhzhya, onde fica a usina de mesmo nome.

Já em Bakhmut, as forças russas cessarão o fogo de artilharia durante uma visita de jornalistas dos EUA escoltados pelo exército ucraniano. De acordo com a agência de notícias russa Tass, a informação partiu do fundador do Wagner Group, Evgeny Prigozhin, que anunciou nesta quinta-feira (27) no canal de Telegram de sua assessoria de imprensa, sem especificar quando a visita ocorrerá. 

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