Parlamento Europeu avalia adicionar Guarda Revolucionária Islâmica do Irã à lista de terroristas

Eurodeputados manifestam "profundas preocupações" em relação ao que descrevem como o "papel desestabilizador" de Teerã no Oriente Médio

Na quinta-feira (25), o Parlamento Europeu declarou que a elite da temida Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), instituição militar oficial da República Islâmica, deve ser oficialmente listada como um grupo terrorista pela União Europeia (UE).

Os membros do Parlamento aprovaram uma resolução reiterando seu “chamado de longa data para incluir o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã na lista de organizações terroristas da UE, enfatizando que tal decisão está significativamente atrasada devido às atividades malignas iranianas”, conforme comunicado oficial.

Sessão em andamento no Parlamento Europeu em fevereiro de 2020 (Foto: Divulgação/European Union/EP)

Além disso, o Parlamento apelou ao Conselho Europeu e ao Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, para que também incluam o grupo libanês Hezbollah na mesma lista.

Os eurodeputados emitiram um apelo a todas as partes envolvidas para que evitem uma nova escalada na região, expressando “profundas preocupações sobre o papel desestabilizador que o regime iraniano e sua rede de atores não estatais desempenham no Oriente Médio”.

Em um comunicado, os eurodeputados acolheram a decisão da UE de ampliar seu atual regime de sanções contra o Irã, incluindo a imposição de sanções ao fornecimento e produção de drones e mísseis do país para a Rússia e para o Oriente Médio em geral.

Fundada em 1979, a IRGC é uma força militar de elite do Irã, responsável por proteger o sistema político e religioso do país. Ela atua de forma independente das Forças Armadas Iranianas, reportando-se diretamente ao Líder Supremo.

Escalada

Em 13 de abril, o Irã lançou um ataque aéreo contra Israel em retaliação a um ataque anterior ao seu complexo diplomático na capital síria. Cerca de 300 drones e mísseis de cruzeiro e balísticos disparados na ocasião. O Estado judeu alega que seu sistema de defesa antiaérea, o Domo de Ferro, conseguiu conter a agressão com o apoio sobretudo dos EUA e do Reino Unido

Líderes mundiais e observadores internacionais expressaram crescente preocupação com as hostilidades entre o Irã e Israel, inimigos de longa data, temendo que o conflito atual em Gaza se alastre para uma guerra regional mais ampla.

Tags: