Partido de Putin teria pago estudantes para promover sigla na Sibéria russa

Estudantes teriam recebido dinheiro e benefícios acadêmicos em troca de publicações favoráveis nas redes sociais

Estudantes da Universidade de Nizhnevartovsk, na região russa da Sibéria, afirmaram que receberam dinheiro e benefícios acadêmicos para promover o partido Rússia Unida, do presidente Vladimir Putin, por meio das redes sociais.

Conforme a Radio Free Europe, os estudantes chegaram a ganhar 11 mil rublos, o equivalente a R$ 810, para angariar apoio ao partido. Eles também receberam “referências” da universidade, essenciais para o processo seletivo de estágios e aulas avançadas.

O movimento ocorre em meio a preparação para as eleições parlamentes na Rússia, agendadas para 19 de setembro. Embora dominante em todo o país, a sigla enfrenta queda de popularidade.

Partido de Putin teria pago estudantes para promover sigla na Sibéria russa
Universidade de Nizhnevartovsk, na região russa da Sibéria, em junho de 2016 (Foto: Facebook/Universidade de Nizhnevartovsk)

As consequências econômicas da pandemia, a impopular reforma da Previdência e a prisão do líder da oposição Alexei Navalny, em janeiro, derrubaram a aprovação do partido junto aos russos.

O convite aos alunos teria ocorrido durante uma conversa virtual com cerca de 60 grupos universitários em 8 de fevereiro. Na reunião, a vice-reitora da instituição siberiana, Kristina Chernopiskaya, anunciou que o partido buscava “voluntários”.

Os alunos interessados teriam sido instruídos a baixar um aplicativo e compartilhar alguns textos em suas redes sociais. Após a publicação, os grupos teriam sido orientados a enviar um relatório, sem o qual não seriam remunerados.

Além das publicações, os instrutores também teriam alertado os estudantes para que não participassem de manifestações da oposição. A advertência foi feita para que não “enfrentassem problemas” com a universidade.

A reitoria da Universidade de Nizhnevartovsk negou que a instituição estivesse envolvida na promoção do partido de Putin. “As alegações são falsas”, segundo nota enviada à RFE.

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