Autoridades polonesas anunciaram na quinta-feira (16) a prisão de nove membros de uma quadrilha de espionagem russa que estaria supostamente coletando informações sobre rotas de transporte no país. O objetivo era paralisar o fornecimento de armas para a Ucrânia. As informações são do jornal Financial Times.

Do grupo desmantelado, que agia sob o comando da inteligência russa, seis pessoas são acusadas de planejar atos de sabotagem e espionagem, e as outras três estão sendo processadas.

“As evidências indicam que esse grupo monitorava linhas ferroviárias. Suas tarefas incluíam reconhecer, monitorar e documentar o transporte de armas para a Ucrânia”, disse em entrevista coletiva o ministro do Interior, Mariusz Kamiński.

Kamiński ainda disse aos repórteres que a agência de segurança da Polônia encontrou câmeras, equipamentos eletrônicos e transmissores de GPS que supostamente seriam escondidos em remessas enviadas como ajuda para a Ucrânia.

Pelo menos 50 dispositivos eletrônicos de espionagem foram instalados pela rede. As câmeras foram colocadas perto do aeroporto regional de Rzeszów-Jasionka, em um centro de fornecimento de equipamento militar e em outros itens que seriam entregues a Kiev.

A rede de sabotagem, se confirmada, pode representar a mais séria ameaça terrorista em solo polonês desde o início da invasão russa em fevereiro do ano passado. As prisões são as mais recentes relacionadas a uma onda de suposta atividade de espionagem russa na Europa.

Kamiński afirmou que, além da coleta de informações e potencial sabotagem, o grupo tinha a missão de “realizar atividades de propaganda destinadas a desestabilizar a relação Varsóvia-Kiev, fomentar sentimentos hostis na Polônia em relação à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e atacar as ações do governo polonês em relação à Ucrânia”.

Em fevereiro, a Justiça polonesa acusou um cidadão russo residente na Polônia de praticar espionagem para Moscou durante vários anos. Ele teria coletado informações sobre a estrutura das unidades militares polonesas para o Kremlin.