EUA anunciam pacote de US$ 625 milhões em assistência de segurança à Ucrânia

O equipamento da nova remessa, que inclui sistemas de foguetes, é "especificamente adaptado para o que Kiev precisa no curto prazo", disse Washington

O governo Biden anunciou nesta terça-feira (4) um novo pacote de segurança de US$ 625 milhões em apoio à Ucrânia, incluindo equipamentos, munições e armas. Entre os armamentos a serem entregues estão sistemas de artilharia de foguetes de alta mobilidade (Himars, na sigla em inglês), cruciais na atual contraofensiva ucraniana que já levou à reconquista de milhares de quilômetros quadrados antes controlados por Moscou. As informações são da agência catari Al Jazeera.

Ainda na terça, o presidente dos EUA teve uma conversa com o homólogo ucraniano Volodymyr Zelensky, enquanto o país invadido trava uma ofensiva nas regiões sul e leste para tentar recuperar áreas ocupadas pelas tropas de Vladimir Putin em fevereiro.

Durante a ligação, Zelensky relatou que seu exército estava obtendo conquistas “rápidas e poderosas”, citando a retomada de “dezenas” de aldeias nas duas frentes de batalha. Biden, que esteve acompanhado de sua vice Kamala Harris durante a conversa, reforçou o compromisso de Washington em seguir oferecendo apoio contínuo a Kiev “pelo tempo que for necessário”.

Kiev atua para reconquistar áreas ocupadas pela Rússia no sul e leste (Foto: President Of Ukraine/Flickr)

Este é o primeiro pacote de ajuda militar dos EUA para a Ucrânia desde que Putin assinou um decreto que oficializa a anexação pela Rússia de quatro regiões ucranianas invadidas por Moscou, violando o direito internacional: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhya.

Segundo comunicado do Departamento de Defesa norte-americano, a nova remessa contém equipamento “especificamente adaptado para o que a Ucrânia precisa no curto prazo”. Entre eles estão quatro sistemas Himars – que permitiram que as forças ucranianas atacassem pontes usadas para abastecer tropas russas –, 32 obuses com 75 mil cartuchos de munição, 200 veículos protegidos contra emboscadas resistentes a minas (MRAP) e minas antipessoal Claymore.

“A Ucrânia demonstrou aptidão para usar essas capacidades para degradar a logística e o comando e controle russos, criando oportunidades para o país de manobrar e avançar”, disse Laura Cooper, vice-secretária assistente de Defesa com foco na Rússia e na Ucrânia do Pentágono.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, citou a realização de referendos populares que consultariam os cidadãos de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, sobre a anexação ao Estado russo das regiões parcialmente ocupadas, tidos por ele como ilegítimos.

“Desenvolvimentos recentes dos falsos referendos da Rússia e tentativas de anexação a novas revelações de brutalidade contra civis em território ucraniano anteriormente controlado pela Rússia apenas fortalecem nossa determinação”, disse Blinken em comunicado.

O armamento ocidental ajudou Kiev a afastar as tropas do Kremlin em uma rápida ofensiva iniciada no começo de setembro que garantiu o controle da região de Kharkiv.

Contra o tempo

A Ucrânia agora se concentra em novas incursões no sul e no leste antes da chegada do inverno, correndo contra o tempo antes que Moscou consiga mobilizar os 300 mil reservistas convocados em uma mobilização nacional parcial impopular há duas semanas.

Encontrar novos soldados dispostos a lutar na Ucrânia tem sido um dos maiores desafios das forças armadas da Rússia na guerra. Mercenários do Wagner Group, cidadãos despreparadoscriminosos e até conscritos, jovens recrutados contra a própria vontade, já surgiram como opção.

Tags: