O governo da Rússia acusou formalmente as Forças Armadas da Ucrânia pela morte de 621 civis — entre eles 38 crianças — em bombardeios realizados contra território russo desde o início da guerra. A declaração foi feita na segunda-feira (19) por Alexander Bastrykin, chefe do Comitê Investigativo da Rússia, durante a abertura do XIII Fórum Jurídico Internacional de São Petersburgo. As informações são da agência estatal Tass.
De acordo com Bastrykin, ao menos 3.217 pessoas ficaram feridas em diferentes graus de gravidade em decorrência dos ataques, incluindo 249 menores de idade.
“A principal causa de baixas civis foi o bombardeio de instalações de infraestrutura civil por representantes do regime de Kiev usando armas explosivas, armas pequenas e armas leves, principalmente de fabricação estrangeira”, declarou Bastrykin no evento.
O Comitê Investigativo da Rússia — órgão equivalente ao Ministério Público — afirmou já ter instaurado mais de três mil processos criminais contra militares ucranianos, com base nos danos causados em cidades russas localizadas próximas à fronteira, como Belgorod e Kursk. Os detalhes sobre os alvos específicos dos inquéritos ou possíveis medidas judiciais não foram divulgados.
As declarações foram feitas durante a edição 2025 do Fórum Jurídico Internacional de São Petersburgo, que ocorre de 19 a 21 de maio e reúne autoridades russas, juristas e representantes internacionais para debater temas relacionados a direito internacional, sanções, soberania e conflitos armados. O evento é organizado pelo Ministério da Justiça da Rússia.
“O Comitê Investigativo continuará a trabalhar para garantir que os responsáveis por essas ações sejam responsabilizados”, afirmou Bastrykin no encerramento de sua fala no fórum, segundo a Tass.
No final de 2024, O site independente 7×7 usou fontes abertas para apurar que 394 civis russos haviam morrido até então no conflito com a Ucrânia. A maioria das vítimas foi registrada nas regiões de Belgorod, Kursk e Bryansk. desde então, porém, os bombardeios se tornaram mais intensos, embora os números destacados por Moscou careçam de confirmação independente.