Autoridades na Rússia estão tentando confiscar e estatizar uma das empresas pertencentes ao império de mineração e metais de um dos homens mais ricos do país. A alegação é a de que a compra desse negócio, realizada há cinco anos, envolveu corrupção. As informações são da rede Radio Free Europe.
O procurador-geral está trabalhando para nacionalizar a Siberian Energy Company (Sibeco), de Andrei Melnichenko, magnata de energia e fertilizantes nomeado neste ano pela revista Forbes como o homem mais rico da Rússia.
As acusações feitas pelo Estado acontecem em um contexto no qual o Kremlin está empenhado em persuadir russos de alta renda a repatriarem seus recursos e empreendimentos, intensificando a pressão sobre magnatas como Melnichenko, que foi sancionado pelo Ocidente. Atualmente, ele reside principalmente nos Emirados Árabes Unidos, onde ancorou um superiate no valor de US$ 300 milhões.
Em 2018, Melnichenko adquiriu a Sibeco, detentora de usinas termelétricas na Sibéria, por 36 bilhões de rublos (US$ 571 milhões na época), do ex-ministro Mikhail Abyzov. A transação foi rotulada como “antissocial” pelo procurador-geral.
Abyzov, ex-ministro que ocupou o cargo de 2012 a 2018 após uma carreira no setor de energia, foi detido em 2019 sob alegações de desvio de 4 bilhões de rublos da Sibeco, transferindo os fundos para o exterior. Ele nega as acusações e permanece preso à espera do julgamento.
Tanto Abyzov quanto Melnichenko, naturais de Belarus, foram colegas de estudo brevemente em Moscou nos anos 1990 e se tornaram figuras influentes na indústria de energia da Rússia, que estava sendo privatizada na época.
Melnichenko expandiu sua influência ao adquirir ativos de carvão térmico e usinas de energia, estabelecendo uma empresa verticalmente integrada. A aquisição da Sibeco, que opera usinas movidas a carvão, fortaleceu ainda mais seu império energético.
No começo deste ano, o presidente russo, Vladimir Putin, aprovou a apreensão estatal dos bens de Abyzov, que serviu como ministro do Governo Aberto sob o então primeiro-ministro Dmitry Medvedev. Sua prisão em 2019 foi vista como um movimento indireto contra Medvedev e como um sinal de sua reduzida influência na elite governante.
As razões por trás da atual tentativa do procurador-geral russo de confiscar a Sibeco não estão claras. Esse caso é o mais recente em uma série de esforços de confisco apresentados neste ano.
Em 2023, o patrimônio líquido de Melnichenko aumentou para mais de US$ 25 bilhões devido ao crescimento nos preços do carvão e dos fertilizantes, produtos comercializados pelas duas principais empresas que ele estabeleceu, a EuroChem e a Suek.