Scholz promete aumentar deportações após assassinato de policial na Alemanha

Países como Afeganistão e Síria devem receber seus cidadãos de volta após solicitante de asilo supostamente matar o agente de segurança

O assassinato de um policial em Mannheim, na sexta-feira passada por um suspeito afegão de 25 anos, que chegou ao país como requerente de asilo 2013, aumentou a pressão sobre o chanceler alemão, Olaf Scholz, para adotar uma postura mais rígida em relação à migração. Particularmente às vésperas das eleições europeias, onde é esperado que a extrema direita ganhe terreno. As informações são do site Politico.

Em um discurso perante os parlamentares nesta quinta-feira (6), Scholz comprometeu-se a deportar migrantes do Afeganistão e da Síria que cometeram crimes, mesmo considerando que esses países são governados por regimes autoritários.

Scholz mostrou indignação com migrantes que cometeram crimes graves, enfatizando a necessidade de deportá-los, independentemente de sua origem. “Esses criminosos deveriam ser deportados, mesmo que venham da Síria ou do Afeganistão”, disse.

Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, em imagem de fevereiro de 2022 (Foto: WikiCommons)

O chanceler, que já havia prometido adotar uma abordagem mais rígida em relação à migração, enfatizou que, nessas situações, a segurança da Alemanha é mais importante do que a proteção do infrator. No início deste ano, a coalizão governamental, formada pelo SPD de Scholz, pelos Verdes e pelo FDP, aprovou uma lei para tornar mais fácil a deportação de migrantes cujos pedidos de asilo foram rejeitados.

No entanto, mesmo para indivíduos condenados por crimes graves, realizar essas deportações na prática continua sendo um desafio. Em 2021, a Alemanha interrompeu as deportações para o Afeganistão devido à ascensão do Taleban ao poder após o esvaziamento da base militar de Bagram, que durante vinte anos foi o centro do poder militar dos EUA e de seus aliados no Oriente Médio. Além disso, a Síria é governada por Bashar al-Assad, cujo governo é responsável por atrocidades contra seu próprio povo.

Apesar desses obstáculos, o recente ataque brutal de um cidadão afegão contra um policial tem levado Scholz a adotar uma postura mais rigorosa em relação às deportações, embora a implementação dessas medidas ainda seja incerta. O suspeito do ataque, supostamente motivado pelo extremismo islâmico, chegou à Alemanha em 2014 e teve seu pedido de asilo negado pelas autoridades.

Divergências

A ministra do Interior, Nancy Faeser, demonstrou convicção de que indivíduos que representam uma potencial ameaça à segurança da Alemanha devem ser deportados prontamente, repercutiu a Deutsche Welle. Durante coletiva de imprensa, ela enfatizou que os interesses de segurança do país têm prioridade sobre as preocupações individuais dos afetados.

Faeser destacou que estão sendo feitos “esforços intensivos” para encontrar maneiras de deportar criminosos e pessoas perigosas, tanto para a Síria quanto para o Afeganistão, ressaltando a determinação do governo em “abordar essa questão de segurança de maneira eficaz”.

No entanto, os Verdes reconsideraram a proposta.

“Eu entendo que algumas pessoas estejam um pouco nervosas antes das eleições”, comentou Omid Nouripour, colíder do Partido Verde, à emissora pública MDR nesta semana. “Se simplesmente abandonarmos as pessoas nas regiões fronteiriças, elas voltarão em três meses.”

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