Uma ação equivocada de soldados da Coreia do Norte em Kursk resultou na morte de oito combatentes russos, segundo a agência de inteligência militar ucraniana, conhecida como HUR. O incidente, classificado como “fogo amigo”, expõe dificuldades enfrentadas por forças de diferentes nacionalidades que lutam contra a Ucrânia, segundo o site The Kyiv Independent.
O ataque teria ocorrido em meio a operações conjuntas contra forças ucranianas na região. De acordo com a HUR, o episódio foi causado por barreiras linguísticas entre os soldados norte-coreanos e as tropas russas, o que continua sendo “um obstáculo difícil de superar” no campo de batalha.

No início do dia, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky destacou o envolvimento de um “número significativo” de militares norte-coreanos nas operações russas em Kursk. “Eles começaram a sofrer perdas consideráveis”, afirmou, sem especificar os números.
Estimativas apontam que cerca de 200 combatentes russos e norte-coreanos morreram na região até 14 de dezembro, segundo a HUR.
Autoridades ucranianas e ocidentais já haviam alertado, no segundo semestre de 2024, sobre o deslocamento de mais de dez mil soldados norte-coreanos para Kursk, com o objetivo de reforçar a tentativa russa de expulsar forças ucranianas da área.
Protocolos e tensões
A presença de tropas norte-coreanas levou o exército russo a implementar protocolos específicos nas zonas de atuação conjunta. Inspeções de soldados russos são realizadas antes que eles entrem nessas áreas, e dispositivos eletrônicos são confiscados, informou a HUR. Essas medidas refletem a preocupação com possíveis problemas de comunicação e coordenação.
O primeiro registro de confrontos diretos entre tropas norte-coreanas e forças ucranianas na região foi em novembro. Desde então, os norte-coreanos permanecem restritos a operações em Kursk, mas Zelensky alertou para a possibilidade de futuras mobilizações para outras frentes.
“Hoje, já temos dados preliminares de que os russos começaram a usar soldados norte-coreanos nos seus ataques. Um número significativo deles”, disse Zelenskiy em discurso diário reproduzido nas redes sociais.
A guerra e suas alianças
A cooperação entre Moscou e Pyongyang reflete o isolamento internacional da Rússia e sua busca por apoio em meio à prolongada guerra contra a Ucrânia. Contudo, incidentes como o de “fogo amigo” em Kursk evidenciam os desafios de integrar forças com culturas e idiomas distintos.
Especialistas alertam que a relação entre os dois países pode complicar ainda mais a dinâmica do conflito. “Esse incidente mostra como alianças construídas às pressas podem gerar sérias falhas operacionais”, afirmou um analista militar ocidental que acompanha o conflito.
Até o momento, não há confirmação independente do número exato de mortes ou da dinâmica do ataque em Kursk. A situação segue em desenvolvimento.