Suécia acusa Rússia de invadir órgão esportivo para ‘desacreditar’ atletas

Hackers acessaram registros médicos de atletas suecos entre dezembro de 2017 e maio de 2018, apontou investigação

A invasão de hackers aos sistemas da Confederação Sueca de Esportes tinha como objetivo “desacreditar” os atletas, disse o serviço de segurança da Suécia nesta terça (13). O órgão atribuiu o ataque à GRU (Agência de Inteligência Militar da Rússia).

Criminosos acessaram dados pessoais dos atletas, incluindo registros médicos e exames antidoping, entre dezembro de 2017 e maio de 2018. As informações foram disponibilizadas pouco tempo depois. A jogadora sueca de futebol Olivia Schough está entre os atletas que tiveram seus dados expostos, disse o jornal sueco “Aftonbladet”.

“A suspeita de violação é um exemplo de quando os esportes e atletas são usados para fortalecer a imagem do próprio país”, disse o chefe de inteligência da Suécia, Daniel Stenling. “E, ao mesmo tempo, desacreditar outros países e seus atletas”.

Suécia acusa Rússia de hackear órgão esportivo para 'desacreditar' atletas
A jogadora de futebol da Suécia, Olivia Schough (dir.), em partida amistosa contra a Dinamarca, no Estádio de Estocolmo, abril de 2015 (Foto: Divulgação/Anders Henrikson)

A promotoria sueca, porém, já retirou a investigação ao afirmar que “não há perspectiva” de levar o caso aos tribunais. “Não há pré-condições necessárias para a instauração de processos judiciais no exterior ou extradição para a Suécia”, disseram os juristas em nota a qual o portal “The Local” teve acesso.

Em dezembro, o CAS (Tribunal Arbitral do Esporte) decidiu por unanimidade proibir a Rússia de escalar uma equipe nas próximas duas Olimpíadas e eventos esportivos mundiais nos próximos dois anos. A retaliação ocorreu depois que Moscou descumpriu as regras internacionais antidoping.

Em 2016, a Agência Mundial Antidoping acusou hackers russos de roubar informações médicas sobre atletas olímpicos dos EUA e publicá-las online. Os mesmos criminosos – possivelmente vinculados à equipe “Fancy Bear’ da GRU – teriam relação com ataques cibernéticos nas eleições dos EUA e França.

Moscou não respondeu aos pedidos de comentário da Reuters.

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