Mergulhadores especializados que estão analisando os destroços do superiate Bayesian, que afundou na costa da Itália em agosto, resultando na morte de sete pessoas, incluindo o magnata britânico da tecnologia Mike Lynch, solicitaram medidas de segurança adicionais para proteger a embarcação. Eles temem que dados confidenciais armazenados em seus cofres possam atrair o interesse de governos estrangeiros, como China e Rússia, conforme relataram várias fontes à CNN.
Mergulhadores italianos que estão inspecionando o naufrágio solicitaram reforços de segurança para proteger o local, enquanto os promotores que investigam o acidente fatal expressaram preocupação de que o navio contenha dados relacionados a serviços de inteligência ocidentais, segundo um relatório. Em particular, mergulhadores que utilizaram câmeras operadas remotamente para examinar o iate acreditam que dois cofres estanques a bordo guardam discos rígidos supercriptografados, contendo informações altamente confidenciais, como senhas e outros dados sensíveis, informou a reportagem.
Lynch mantinha conexões com agências de espionagem britânicas, norte-americanas e outras por meio de suas empresas, como a empresa de segurança cibernética Darktrace. Além disso, sua esposa atuou como conselheira dos ex-primeiros-ministros britânicos David Cameron e Theresa May em assuntos de ciência, tecnologia e segurança cibernética. A Agência de Proteção Civil da Sicília informou à CNN que “um pedido formal foi aceito e implementado para garantir segurança adicional nos destroços até que possam ser recuperados”.
A Darktrace e as autoridades de Termini Imerese, que estão à frente da investigação, não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da CNN.
O Bayesian, avaliado em US$ 40 milhões, afundou durante uma violenta tempestade. As autoridades estão investigando as possíveis causas do afundamento rápido do iate, já que outras embarcações nas proximidades conseguiram enfrentar a mesma tempestade sem problemas. Promotores na Itália iniciaram uma investigação sobre o naufrágio e levantaram múltiplas acusações de homicídio culposo, equivalentes a homicídio involuntário.
Enquanto isso, a venda da Darktrace para uma empresa de private equity (investimentos em empresas que não estão listadas na bolsa de valores) focada em software está em andamento. Em abril, a Thoma Bravo concordou em adquirir a Darktrace por US$ 5,3 bilhões, e os acionistas aprovaram o acordo em junho. A conclusão da aquisição está prevista para o final do ano.
No início deste mês, a cofundadora e CEO da Darktrace, Poppy Gustafsson, deixou o cargo, sendo substituída pela COO Jill Popelka. Gustafsson fundou a Darktrace em 2013 junto com uma equipe de matemáticos, empreendedores e especialistas em inteligência. Antes disso, ela atuou como controladora corporativa na Autonomy, empresa de Lynch, antes de sua controversa venda de US$ 11,7 bilhões para a Hewlett-Packard.