A Ucrânia anunciou no final de semana que desenvolveu uma inovadora arma de longo alcance capaz de atingir grandes distâncias dentro da Rússia. Se efetivo, o equipamento pode mudar a face da guerra, pois atualmente os Estados ocidentais vetam o uso do armamento fornecido a Kiev para disparos no interior do território russo. As informações são da agência Associated Press (AP).
Batizada de Palianytsia, a arma é composta por mísseis e drones e vem sendo desenvolvida desde o início do conflito, a fim de conter a superioridade da força aérea russa. O nome, que remete a um tipo de pão muito popular na Ucrânia, foi escolhido devido à pronúncia complicada, o que na visão de Kiev dificultaria a ação de eventuais espiões estrangeiros.
De acordo com o presidente Volodymyr Zelensky, que confirmou a existência da Palianytsia no sábado (24), trata-se de uma “nova classe” de arma, embora ele não tenha dado maiores detalhes para explicar a afirmação. Ela já teria sido usada pela primeira vez, atingindo uma instalação militar russa em território ucraniano ocupado.
“A Ucrânia está preparando sua resposta. Armas de sua própria produção”, escreveu em suas redes sociais o ministro da Defesa ucraniano Rustem Umerov. “Isso prova mais uma vez que, para a vitória, precisamos de capacidades de longo alcance e do levantamento de restrições a ataques às instalações militares inimigas.”
Em vídeo, Kiev disse que a arma tem alcance semelhante ao norte-americano ATACMS (Sistema de Mísseis Táticos do Exército). Umerov ainda exibiu um mapa com fotos de bases aéreas russas dentro desse raio de alcance, sugerindo que uma delas pode ser o próximo alvo.
Na semana passada, Zelensky afirmou que foi a hesitação ocidental em liberar o uso de armas de longo alcance que forçou suas tropas a invadirem a Rússia. “Se nossos parceiros suspendessem as restrições atuais ao uso de armas em território russo, não precisaríamos entrar fisicamente na região de Kursk”, disse ele, de acordo com a agência Reuters.
O presidente chamou de “ingênuo e ilusório” o veto ocidental e disse que os ataques dentro da Rússia se fazem necessários para proteger a população da Ucrânia que vive nas áreas de fronteira. E acrescentou que a operação terrestre é “defensiva” e bem-sucedida, com suas tropas tendo conquistado uma área superior a mil quilômetros no território russo.