O Ministério da Defesa russo anunciou na terça-feira (6) que estava deslocando tropas de reserva e unidades aéreas para a região de Kursk, oeste da Rússia e perto da fronteira com a Ucrânia, em resposta a uma incursão inesperada das forças ucranianas, que resultou na morte de pelo menos três civis e feriu mais de uma dúzia de pessoas. As informações são do The Moscow Times.
Segundo os militares russos, as forças ucranianas iniciaram o ataque às 8h, horário de Moscou, empregando até 300 soldados, 11 tanques e mais de 20 veículos blindados de combate. Kiev afirmou que suas forças derrubaram drones, um míssil e um helicóptero na região de Sumy, do outro lado da fronteira.
A mídia russa informou, citando o FSB (Serviço Federal de Segurança russa), que as forças locais responderam a uma “provocação” armada da Ucrânia. Moscou afirmou que seus ataques com artilharia, aviões de combate e drones forçaram a retirada das forças ucranianas, que sofreram perdas. As alegações não puderam ser verificadas de forma independente, segundo a rede Radio Free Europe.
O líder político interino de Kursk, Alexei Smirnov, relatou que três pessoas morreram em ataques ucranianos: uma mulher na fronteira e duas em ataques de drones. Ele também afirmou que guardas de fronteira e soldados russos frustraram incursões em Sudzha e Korenevo, e que a situação na fronteira permanece difícil, mas que a defesa está “respondendo com sucesso”.
Vyacheslav Gladkov, prefeito da cidade Belgorod, a cerca de 40 km da fronteira com a Ucrânia, relatou a morte de uma pessoa devido a um drone que atingiu um veículo e mencionou feridos em Kursk por destroços de drones abatidos. A autoridade também emitiu um alerta de míssil para Belgorod e arredores na manhã (horário local) de terça (6). A alegação não pôde ser confirmada de forma independente.
Na região centro-sul de Zaporizhzhya, na Ucrânia, dois civis foram mortos em bombardeios russos, informou o governador Ivan Fedorov na terça (6). Pelo Telegram, Fedorov detalhou que o ataque utilizou uma bomba aérea, que também destruiu uma residência.
Resposta ucraniana
O Centro de Combate à Desinformação da Ucrânia acusou Moscou de “mentir” sobre os combates na região de Kursk, afirmando que “a Rússia não controla a fronteira”.
Desde o ano passado, combatentes ucranianos realizaram várias incursões nas regiões de fronteira da Rússia, muitas vezes envolvendo grupos paramilitares formados por cidadãos russos contrários ao Kremlin.
A Ucrânia está atacando alvos estratégicos na Rússia, principalmente instalações de refino de petróleo, em resposta aos ataques russos contra sua infraestrutura civil e energética, comprometendo assim uma importante fonte de renda do país.
Na região de Kiev, destroços de drones danificaram prédios residenciais, postos de gasolina e estabelecimentos comerciais, mas não houve vítimas, segundo o governador Ruslan Kravchenko.
“Terrorismo”
A porta-voz da Chancelaria russa, María Zakharova, afirmou que o ataque ucraniano de terça-feira (6) à região russa de Kursk é mais um ato terrorista direcionado à população civil. “Trata-se de outro ato de terrorismo, claramente voltado contra civis”, disse Zakharova à Sputnik.