Ataques de drones reduziram em 7% a capacidade da Rússia de refinar petróleo

Bombardeios ucranianos têm se intensificado nos últimos meses, comprometendo uma importante fonte de renda de Moscou

As refinarias de petróleo da Rússia tornaram-se um alvo preferencial dos ataques aéreos da Ucrânia nas últimas semanas, comprometendo assim uma importante fonte de renda do país. Segundo cálculo da agência Reuters, o país perdeu até 7% de sua capacidade de refinamento devido aos bombardeios.

Somente nos primeiros três meses deste ano, ao menos sete refinarias foram atingidas pelos drones disparados por Kiev. Assim, Moscou deixou de produzir 4,6 milhões de toneladas de petróleo refinado, o que equivale a 370,5 mil barris ao dia. Ou cerca de 7% da capacidade nacional total.

O alvo mais recente foi a refinaria de Kuibyshev, na cidade de Samara, onde a unidade CDU-5 foi forçada a suspender suas atividades, sendo ela a responsável por metade de toda a produção do local.

Segundo a imprensa russa, a unidades atingida tem uma capacidade de produção de 9,5 toneladas por dia, enquanto a outra, CDU-4, ainda ativa, produz 10,5 toneladas. Em 2023, Kuibyshev foi listada como a 29ª maior refinaria da Rússia, responsável por 1,34% de toda a produção de petróleo refinado do país.

Ataque em Kursk, Rússia, atinge reservatório de petróleo (Foto: Twitter/Reprodução)

Um ataque especialmente impactante foi o que atingiu Riazan em 13 de março. A refinaria produz 350 mil barris ao dia, cerca de 5,8% de toda a produção nacional, e teve suas atividades prejudicadas pelo ataque, embora tenha mantido o funcionamento parcial.

Também foi problemático o ataque a NORSI, a quarta maior refinaria da Rússia, atingida por drones ucranianos. Ao menos metade da produção total, que é de 317 mil barris por dia, foi prejudicada, segundo fontes que trabalham no local e pediram anonimato.

Na região de Leningrado, o alvo dos ucranianos foi Kirishi, uma das duas maiores refinarias russas. Ela é responsável por 6,4% de toda a produção nacional de petróleo bruto.

A situação levou o governo russo, no dia 1º de março, a proibir por seis meses as exportações de gasolina, de acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido, que comentou a questão na rede social X, antigo Twitter.

“É provável que a capacidade russa de refinamento de petróleo tenha sido temporariamente reduzida por múltiplos veículos aéreos não tripulados ucranianos disparados contra refinarias em toda a Rússia”, disse o governo britânico. “O governo russo será particularmente sensível ao aumento do preço da gasolina.”

A situação preocupa até os EUA. Segundo o jornal Financial Times, Washington pediu a Kiev que interrompa os ataques, alegando que isso pode levar ao aumento global do preço dos combustíveis.

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