Com a guerra entre Rússia e Ucrânia perto de completar três anos, os números alarmantes de baixas e o colapso econômico russo trazem novas incertezas sobre o futuro do conflito. Informações recentes indicam que as forças armadas russas têm registrado perdas catastróficas, enquanto enfrentam dificuldades para manter sua campanha militar. As informações são da Forbes.
De acordo com o analista estoniano Artur Rehi, um recruta russo nas linhas de frente pode ter uma expectativa de vida de apenas um mês após ser enviado ao campo de batalha. Apesar dessas estatísticas sombrias, o Kremlin continua a lançar tropas despreparadas contra defesas ucranianas bem fortificadas, em ofensivas marcadas pela falta de suporte estratégico.
Setembro de 2024 foi apontado como o mês mais sangrento para os russos, com até 1,5 mil mortos ou feridos por dia. Estimativas de fontes dos governos dos EUA e da Ucrânia sugerem que o total de baixas russas, incluindo mortos e feridos, pode variar entre 600 mil e 730 mil desde o início da invasão.
Apesar das perdas humanas devastadoras, a Rússia continua a registrar avanços táticos em regiões críticas do leste da Ucrânia. Desde o final de 2023, ofensivas intensificadas no Oblast de Donetsk resultaram na captura de territórios estratégicos, forçando as forças ucranianas a recuar para áreas de reserva.
No entanto, essa estratégia de avanço tem um alto custo humano e financeiro. A resistência ucraniana tem utilizado uma abordagem que combina a cedência de território com a imposição de grandes baixas ao inimigo. “Cada quilômetro que perdem é pago com centenas de vidas”, disse um oficial militar ucraniano, sob condição de anonimato.
Os impactos do conflito também estão corroendo a economia russa. Com os gastos militares consumindo mais de 6% do PIB, o dobro do índice dos Estados Unidos, a inflação anual chegou a 8%, e o rublo perdeu um terço de seu valor desde agosto de 2023.
A sobrecarga causada pelas sanções internacionais e pela escassez de mão de obra tem levado indústrias russas ao limite. “A guerra está desviando recursos e pessoas de setores essenciais”, afirmou Alexander Shokhin, chefe da União Russa de Industriais e Empresários.
Enquanto a Ucrânia enfrenta seus próprios desafios, como a necessidade de manter seu contingente militar e as crescentes baixas, estimadas em até 100 mil mortos e 400 mil feridos, segundo The Economist, o cenário político global pode mudar drasticamente em 2025.
Com a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, há temores de que a Casa Branca enfraqueça o apoio à Ucrânia e alivie sanções contra Moscou, em um momento em que a Rússia parece mais vulnerável. “Essa mudança poderia redefinir os rumos da guerra, favorecendo o Kremlin justo quando ele mais precisa”, disse um analista político europeu.
Uma guerra sem fim à vista?
Embora a Ucrânia tenha a oportunidade de explorar as fraquezas russas, a escalada de perdas humanas e a incerteza sobre o futuro do apoio internacional complicam a possibilidade de um desfecho próximo. Para ambos os lados, o conflito segue como uma batalha de resistência, onde o preço pago é cada vez mais alto.