_{Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News}

A Usina Nuclear de Zaporizhzhya (ZNPP), na Ucrânia, começou a transição de uma de suas unidades de reator de um desligamento quente para um desligamento frio depois que um vazamento de água foi detectado em um de seus geradores de vapor, informou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na quinta-feira (10).

O objetivo de colocar a unidade 4 do reator em desligamento a frio é investigar a causa exata do vazamento e realizar as manutenções necessárias para reparar o gerador de vapor afetado, segundo comunicado de Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da AIEA.

Não houve liberação radiológica para o meio ambiente, observou o comunicado, acrescentando que nos próximos três dias, a usina nuclear moverá a unidade 6 para desligamento a quente para continuar a produção de vapor.

A unidade 6 estava em desligamento a frio desde 21 de abril para facilitar as inspeções e manutenção do sistema de segurança.

“A equipe da AIEA no local monitorará de perto as operações para a transição entre os estados de desligamento das Unidades 4 e 6”, disse Grossi.

A AIEA tem monitorado a situação na maior usina nuclear da Europa desde os primeiros dias do conflito. A ZNPP é controlada por forças russas, mas operado por sua equipe ucraniana.

Grossi relatou que houve interrupções de energia na quinta-feira depois que a linha de energia de 750 kV foi desconectada duas vezes durante o dia.

A ZNPP teve que contar com uma linha de backup de 330 kV, para fornecer a energia elétrica necessária, por exemplo, para desempenhar funções de segurança como bombeamento de água de resfriamento para a usina, e não houve perda total de energia fora do local para o local e geradores a diesel de emergência não foram necessários.

De acordo com a AIEA, a usina nuclear tem enfrentado grandes problemas de energia fora do local desde o início do conflito em fevereiro de 2022, exacerbando os riscos de segurança nuclear enfrentados pelo local atualmente localizado na linha de frente.

“Os repetidos cortes nas linhas de energia enfatizam a precária segurança nuclear e a situação de proteção na usina”, disse Grossi.

A disponibilidade de água de resfriamento permanece relativamente estável, com medidas para mitigar a perda de água da lagoa de resfriamento bombeando água do canal de entrada da ZNPP.

Inspeções

Os especialistas da AIEA na usina nuclear também realizaram várias visitas em diferentes partes do local, incluindo visitas ao armazenamento de combustível irradiado e salas de controle do reator, disse a agência.

Numa das visitas, na terça-feira, à sala de comando principal, sala de comando de emergência e outras salas de segurança, a equipe não observou minas ou objetos habituais no comando principal; mas no hall da turbina da unidade 2, notaram a presença de vários caminhões militares estacionados em uma área reservada para manutenção de veículos.

Embora a equipe não tenha observado minas ou explosivos em novos locais durante a semana passada, eles confirmaram a presença das minas observadas anteriormente em 23 de julho, acrescentou a AIEA.

Os especialistas foram informados pela ZNPP que um drone foi avistado e interceptado perto da cidade de Enerhodar na quarta-feira, mas confirmou que não teve impacto na segurança da usina.

Enquanto isso, as equipes da AIEA em outras usinas nucleares ucranianas – Khmelnitsky, Rivne e sul da Ucrânia, bem como o local de Chernobyl – relataram alarmes de ataque aéreo na quarta-feira. Eles acrescentaram que a segurança nas instalações não foi afetada.

Ataque contra hotel

Também na quinta-feira, o coordenador humanitário da ONU para a Ucrânia disse que um hotel, frequentemente usado por funcionários da ONU e de organizações não governamentais foi atingido por um ataque russo em Zaporizhzhia.

“É totalmente inadmissível”, disse Denise Brown.

“O número de ataques indiscriminados atingindo a infraestrutura civil, matando e ferindo civis, atingiu níveis inimagináveis ​​– esses ataques violam o direito humanitário internacional”, acrescentou ela, pedindo à Rússia que pare com os ataques indiscriminados.