ONU: Acidente de Chernobyl, há 35 anos, não deve ser esquecido

Acidente em usina nuclear de Chernobyl forçou 350 mil pessoas a abandonar suas casas e comunidades em 1986

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

Neste 26 de abril, o acidente na usina nuclear de Chernobyl, um dos mais graves da história, completa 35 anos. A radiação afetou centenas de milhares de pessoas em áreas de Belarus, Ucrânia e Rússia.  

Cerca de 350 mil pessoas precisaram deixar suas casas, com um impacto traumático e duradouro em suas vidas. Em mensagem sobre a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que “seu sofrimento não deve ser esquecido.” 

Para o secretário-geral, este aniversário é uma ocasião para reconhecer os esforços de recuperação liderados pelos governos de Belarus, da Rússia e da Ucrânia. O chefe da ONU também destaca o trabalho de cientistas que trabalharam no local e ajudaram no planejamento de emergência e na redução de riscos. 

ONU: Acidente de Chernobyl, há 35 anos, não deve ser esquecido
Parte danificada da usina nuclear de Chernobyl em maio de 2010 (Foto: Divulgação/Piotr Andryszczak)

Desde 1986, as Nações Unidas têm ajudado a atender às necessidades das pessoas afetadas, primeiro por meio de ajuda humanitária e de emergência. A instituição também apoia a recuperação e o desenvolvimento social e econômico da região.

Os esforços começaram em 1990 quando a Assembleia Geral aprovou uma resolução pedindo cooperação internacional para lidar com o problema. 

Programas e agências das Nações Unidas juntos com organizações não-governamentais, lançaram mais de 230 projetos de pesquisa e assistência nas áreas de saúde, segurança nuclear, meio ambiente, produção de alimentos e informação. 

Apoio 

Segundo Guterres, os “esforços conjuntos tiveram algum sucesso.” O número de pequenas e médias empresas operando em áreas diretamente afetadas pelo desastre aumentou de 2 mil em 2002 para 37 mil atualmente. Milhares de civis, líderes comunitários e médicos receberam treinamento sobre riscos à saúde e promoção de vida saudável. 

O chefe da ONU lembra ainda o trabalho feito por governos acadêmicos, sociedade civil e outros nas últimas décadas, dizendo que “contém lições importantes para os esforços de hoje para responder à pandemia Covid-19.” 

Segundo ele, “desastres não conhecem fronteiras”, mas o mundo pode trabalhar para preveni-los, contê-los, apoiar todos os que precisam e construir uma recuperação forte. 

ONU: Acidente de Chernobyl, há 35 anos, não deve ser esquecido
Marcas do abandono em Chernobyl: parque de diversões é tomado por vida selvagem na zona de exclusão. Registro de março de 2004 (Foto: CreativeCommons)

Data 

Em dezembro de 2016, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou resolução designando 26 de abril como o Dia Internacional de Lembrança do Acidente de Chernobyl. A explosão da usina atômica da cidade em 1986 espalhou material radioativo por uma área de 155 mil km2, envolvendo Belarus, Ucrânia e Rússia

Mais de três décadas depois do acidente nuclear ainda persistem consequências sérias de longo prazo. A radiação nuclear afetou cerca de 8,4 milhões de pessoas. Dessas, 600 mil que faziam parte dos combates ao incêndio causado pela explosão e das operações de limpeza. 

Os elementos césio-137 e o estrôncio-90 contaminaram aproximadamente 52 mil quilômetros quadrados de áreas agrícolas. Pelo menos 400 mil pessoas se realojaram em outras áreas enquanto isso, milhões continuaram vivendo em locais onde a exposição à radiação causou uma série de efeitos adversos. 

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