A Venezuela entrou com uma ação judicial de US$ 1 bilhão contra o banco central da Inglaterra, o Bank of England, após a recusa da instituição financeira em liberar o ouro venezuelano em seus cofres. As informações são do jornal britânico Financial Times.
O governo de Nicolás Maduro tenta acessar a reserva para aliviar a crise econômica no país. O PIB do país encolheu cerca de 60% desde que Maduro assumiu o poder, há sete anos. A produção de petróleo caiu para níveis não vistos desde os anos 1940. As sanções impostas pelos EUA também agravam a crise.
Caracas utiliza o Bank of England há décadas e, em 2018, tentou acesso ao ouro, mas não conseguiu. O governo britânico, junto com outros 60 países do mundo, não reconhecem Maduro como líder legítimo da Venezuela. O motivo seria a acusação de que Maduro teria manipulado as eleições presidenciais de 2018. O presidente reconhecido por essas nações, incluindo o Brasil, é Juan Guaidó.
Na última tentativa, o banco central venezuelano argumentou que o ouro seria encaminhado para o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), para a compra de equipamentos médicos e de saúde, que seriam usados no combate contra o coronavírus.

Em sua ação judicial, a Venezuela alega que não há motivos para a recusa dos britânicos e que a atitude está privando o país de suas reservas em um momento de emergência nacional e global.
A ONU identificou a Venezuela como um país prioritário na resposta global ao Covid-19, devido ao frágil sistema de saúde. A OMS (Organização Mundial da Saúde) já registrou 824 casos da doença e 10 mortes, até esta sexta (22).
A recusa do banco central inglês se soma a do FMI (Fundo Monetário Internacional), que negou um empréstimo de US$ 5 bilhões solicitado por Maduro para lidar com a pandemia.