Aumento das emergências de saúde deixou a OMS ‘sobrecarregada’, diz relatório

Um número crescente de emergências de saúde em todo o mundo, do Covid-19 ao cólera, compromete a resposta da Organização Mundial da Saúde, disse um consultor nesta terça

Durante reunião anual da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta terça-feira (23), o professor Walid Ammar, presidente de um comitê responsável pela análise da resposta de emergência da Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta: um crescente número de crises de saúde, incluindo Covid-19 e cólera, está sobrecarregando a capacidade de resposta da organização. As informações são da agência Reuters.

Ammar ressaltou o aumento das lacunas de financiamento e pessoal devido às demandas cada vez mais intensas. “O programa está sobrecarregado, pois as demandas só cresceram com a multiplicidade e complexidade das emergências”, disse ele.

Imunização contra a cólera em Guiné Bissau, 2019 (Foto: Ocha/Saviano Abreu)

De acordo com um relatório do comitê, em março deste ano, a OMS estava lidando com 53 emergências de alto nível, abrangendo diversas doenças, como além do coronavírus e cólera, um surto de Marburg – uma doença grave causada por um vírus que pertence à mesma família do Ebola – na Guiné Equatorial e Tanzânia.

Além disso, no mesmo período, a organização estava respondendo a emergências humanitárias, como terremotos na Turquia e Síria, e inundações no Paquistão. O relatório ainda destacou que a mudança climática está ampliando a ocorrência de eventos como enchentes e ciclones, o que tem impacto na saúde.

O documento apontou que apenas 53% do orçamento principal do programa de emergência para 2022-2023 foi financiado, destacando a necessidade de um financiamento mais estável. A OMS e os Estados-membros estão trabalhando para reformar a resposta às emergências de saúde e fortalecer o financiamento da organização.

Nesse contexto, foi aprovado um novo orçamento com um aumento de 20% nas taxas obrigatórias dos países que integram a OMS.

O relatório destacou a necessidade de maior eficiência por parte da OMS. Por exemplo, no Malaui, quatro equipes de emergência diferentes estavam respondendo à cólera, Covid-19, poliomielite e inundações de maneiras que possivelmente se sobrepuseram, conforme apontado no relatório.

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