Os terremotos que atingiram Turquia e Síria no dia 6 de fevereiro mataram pelo menos 50 mil pessoas, disse a ONU (Organização das Nações Unidas) na terça-feira (6). O abalo sísmico, de magnitude de 7,8 na escala Richter, deixou um vasto número de feridos, dezenas de milhares desaparecidos e centenas de milhares desabrigados. As informações são da rede ABC News.
De acordo com Martin Griffiths, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, passadas três semanas dos tremores, a escala do desastre agora é muito mais clara: pelo menos 44 mil perderam a vida na Turquia e cerca de 6 mil na Síria – esta principalmente afetada na região noroeste, área controlada por rebeldes e onde estão muitas pessoas deslocadas pela guerra.
Menino espera que amigo seja resgatado em Kahramanmaraş, na Turquia (Foto: Fatih Isci/Unicef)
O apelo imediato das Nações Unidas para apoios bilaterais e mobilização de fundos, como uma resposta à catástrofe, gerou cifras insuficientes até o momento. Segundo a porta-voz Stephane Dujarric, o pedido de US$ 397,6 milhões para ser destinado às vítimas na Síria foi financiado em 42%. Já a demanda de US$ 1 bilhão para os necessitados na Turquia foi financiada em apenas 7,4%, dinheiro capaz de cobrir somente as necessidades emergenciais para três meses.
“As primeiras avaliações indicaram que 5 milhões de pessoas na Síria precisam de abrigo básico e assistência não alimentar”, disse Griffiths. “Em muitas áreas, quatro a cinco famílias estão amontoadas em tendas, sem instalações especiais para idosos, pessoas com doenças crônicas ou deficientes”.
A lista de problemas citados pelo subsecretário é imensa no território sírio. Há centenas de edifícios com alto risco de desabamento e outros milhares que precisam ser demolidos. A crise é também sanitária. Isso porque houve um surto de cólera pré-terremoto e o preço dos alimentos e outros itens essenciais disparou, o que fez aumentar a vulnerabilidade da população a doenças.
“Mulheres e crianças enfrentam crescente assédio, violência e risco de exploração e a necessidade de apoio psicossocial é grande”, disse ele.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, visitou a região ocupada pelos insurgentes nesta quarta.
“Mesmo antes do terremoto, as necessidades aumentavam enquanto a ajuda internacional diminuía”, disse Ghebreyesus em entrevista coletiva. “Peço aos líderes de ambos os lados do conflito sírio que usem o sofrimento compartilhado desta crise como uma plataforma para a paz”.
Bilhões em prejuízos na Turquia
Enquanto isso, no país vizinho, os abalos “causaram cerca de US$ 34,2 bilhões em danos físicos diretos”, o equivalente a 4% do PIB do país em 2021, conforme apontou na segunda-feira (27) um relatório de avaliação de danos do Banco Mundial.
Segundo o documento, os custos de recuperação e reconstrução na Turquia serão potencialmente duas vezes maiores, e que as perdas do PIB associadas a perturbações econômicas também aumentarão o custo dos terremotos.
Ajude as vítimas do terremoto
Quer ajudar as vítimas do devastador terremoto que atingiu a Turquia e a Síria? Diversas entidades estão aceitando doações em dinheiro que são revertidas à ajuda às vítimas. Seguem algumas delas, todas confiáveis e com anos de atuação comprovada no suporte humanitário.
O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) está aceitando doações para apoiar as milhares de crianças afetadas pelo tremor. Para doar, clique aqui.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha pede doações em dinheiro para seu fundo de emergência de resposta a desastres. Para doar, clique aqui.
A ONG Médicos Sem Fronteiras, que atende emergências médicas em todo o mundo, também está coletando doações. Para doar, clique aqui.
A ONG Save the Children, que fornece comida, abrigo e roupas para crianças do mundo todo, está coletando doações. Para doar, clique aqui.