Brasil, China e Rússia encabeçam lista de países e entidades que enviaram suas condolências ao Irã

Manifestações ocorreram após a confirmação da morte do presidente da República Islâmica, presidente Ebrahim Raisi

Vários países e grupos enviaram mensagens de condolências ao Irã após a morte do presidente Ebrahim Raisi. Ele estava em um helicóptero que caiu no domingo (19) em uma área montanhosa no noroeste do país. O ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, e outras autoridades estatais também estavam na aeronave e não sobreviveram.

A mensagem do Brasil após a morte de Raisi foi expressa pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O MRE afirmou que recebeu a notícia com “profunda consternação”. A declaração oficial diz: “O governo brasileiro estende aos familiares do Presidente Raisi, do Chanceler Abdollahian e das demais vítimas, e ao governo e povo iranianos os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pesar pelas irreparáveis perdas”.

Presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e do Irã, Ebrahim Raisi, agosto de 2023 (Foto: Palácio do Planalto/Flickr)

Lula também lamentou as mortes de Raisi e Abdollahian. Pelo X, antigo Twitter, ele escreveu: “Com pesar soube da confirmação da morte do presidente iraniano Ebrahim Raisi e do seu chanceler, Hossein Amir Abdollahian e de todos os passageiros e tripulação, após a queda de seu helicóptero. Minhas condolências aos familiares de todas as vítimas, ao governo e ao povo iraniano”.

Países do BRICS também se manifestaram. Da China, o presidente Xi Jinping lamentou a morte de Raisi, afirmando que a China “perdeu um bom amigo”. Beijing e Teerã têm estabelecido fortes vínculos econômicos e militares. Essa relação abrange uma extensa cooperação econômica além do setor energético, vendas de armamentos e colaboração em questões de defesa.

Na Rússia, o presidente Vladimir Putin descreveu Raisi como um “político notável”. A cooperação entre a Rússia e o Irã é bem conhecida: há vários relatos nos meios de comunicação social sobre a fábrica na república russa do Tartaristão que está produzindo veículos aéreos não tripulados (UAVs) iranianos. 

Na Índia, o primeiro-ministro Narendra Modi expressou profunda tristeza e choque com a trágica morte de Raisi. Ele destacou a contribuição de Raisi para o fortalecimento da relação bilateral Índia-Irã.

Na ONU (Organização das Nações Unidas), o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou tristeza e condolências pela morte de Raisi.

Além disso, mensagens de condolências foram enviadas pelos vizinhos e aliados regionais do Irã, incluindo os líderes de Arábia Saudita, Síria, Egito, Emirados Árabes Unidos, Catar, Jordânia, Iraque e Paquistão.

Grupos militantes como Hamas, Houthis e Hezbollah também enviaram condolências a Teerã.

“Carniceiro”

Ebrahim Raisi ganhou o apelido de “Carniceiro de Teerã” devido ao seu envolvimento em diversas violações dos direitos humanos no país. Abaixo estão alguns dos motivos principais:

Tribunais da morte: Raisi era um fervoroso defensor da Revolução Iraniana e ficou conhecido como “Carniceiro de Teerã” por seu papel em tribunais que sentenciaram pessoas à morte por fuzilamento. Ele assumiu como vice-procurador-geral da capital aos 25 anos, participando de tribunais secretos estabelecidos em 1988, conhecidos como o “Comitê da Morte”.

Execuções em massa: enquanto atuava como procurador-adjunto do Tribunal Revolucionário de Teerã em 1988, Raisi desempenhou um papel crucial nas execuções em massa de prisioneiros políticos, a maioria dos quais eram filiados ao Mujahedin do Povo (MEK), mas também incluindo membros de outros grupos de esquerda.

Repressão aos protestos: sob seu governo, a repressão aos protestos resultou em mais de 500 mortes, principalmente durante as manifestações após a morte da jovem Mahsa Amini, em setembro de 2022.

Perseguição religiosa: Raisi ganhou reputação por perseguir cristãos e judeus.

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