Equipe Olímpica de Refugiados faz história e inspira o mundo

Boxeadora Cindy Ngamba se tornou a primeira atleta refugiada a subir no pódio ao conquistar uma medalha de bronze em Paris 2024

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Os Jogos Olímpicos de Paris, encerrados no domingo (11), representaram um momento histórico para a Equipe Olímpica de Refugiados, que conquistou sua primeira medalha.

A boxeadora Cindy Ngamba alcançou o bronze na categoria feminina de 75kg, tornando-se a primeira atleta refugiada a subir no pódio. Segundo a Agência da ONU para os Refugiados (Acnur), o sucesso histórico de Ngamba foi apenas uma das muitas performances notáveis.

Resultados positivos

No atletismo, Dominic Lokinyomo Lobalu ficou a uma fração de segundo de uma medalha na final masculina dos cinco mil metros no sábado (10), terminando em quarto lugar.

No início dos Jogos, Perina Lokure Nakang e Jamal Abdelmaji bateram recordes pessoais em suas corridas, de 800 metros femininos e 10 mil metros masculinos, respectivamente.

Equipe de refugiados nos Jogos Rio 2016 (Foto: Andy Miah/Flickr)

Na água, três velocistas refugiados chegaram às quartas de final: Fernando Dayan Jorge Enriquez na canoa masculina de 1 mil metros, Saeid Fazloula no caiaque masculino de 1 mil metros e Saman Soltani no caiaque feminino de 500 metros.

Para o Acnur, todos os 37 membros da Equipe Olímpica de Refugiados demonstraram “tremenda determinação e coragem em seus 12 esportes diferentes em Paris 2024”. Eles representaram cerca de 120 milhões de pessoas deslocadas à força em todo o mundo.

A Equipe Olímpica de Refugiados foi criada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela Fundação Olímpica de Refúgio, com o apoio do Acnur.

Participação nas cerimônias de abertura e encerramento

O objetivo é dar aos atletas deslocados a chance de mostrar seus talentos no mais alto palco esportivo. A equipe fez sua aparição inaugural nos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Nos Jogos de Tóquio 2020, um total de 29 atletas refugiados competiram, incluindo o ciclista de estrada Masomah Ali Zada, que liderou a Equipe Olímpica de Refugiados em Paris como seu Chefe de Missão e porta-voz.

Para a cerimônia de abertura em Paris, os porta-bandeiras da equipe foram Ngamba e Yahya Al Ghotany, que competiu no taekwondo.

O grupo foi representado durante a cerimônia de encerramento pelos porta-bandeiras Farida Abaroge e Kasra Mehdipournejad. Ngamba subiu ao palco ao lado do presidente do COI, Thomas Bach.

Desempenho de ex-refugiados

Ex-refugiados também se destacaram nas competições. Kimia Alizadeh, membra da Equipe Olímpica de Refugiados em Tóquio e que agora compete pela Bulgária, conquistou a primeira medalha do país no taekwondo. Ela recebeu o bronze na categoria feminina de 57kg.

A equipe masculina de basquete do Sudão do Sul, composta por ex-refugiados, representou o continente africano em Paris. O time venceu Porto Rico antes de perder para a Sérvia e os Estados Unidos.

A vice-alta comissária da ONU para refugiados, Kelly Clements, disse que “esses atletas refugiados superaram imensos desafios, mas seu sucesso é um lembrete para o mundo do que pode ser alcançado quando os refugiados recebem uma mão amiga para perseguir seus sonhos”. 

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