_{Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News}

Metade da população mundial não tem acesso a água potável, saneamento e higiene. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que, se o mundo for capaz de reverter este quadro, 1,4 milhão de vidas poderão ser salvas.  A afirmação tem como base um estudo divulgado pela agência na quinta-feira (29), com dados de 2019. 

A pesquisa “Carga de Doenças Atribuídas a Más Condições de Água, Saneamento e Higiene” ressalta que a falta de acesso a esses serviços faz com que as pessoas sofram ou sejam expostas a múltiplas doenças preveníveis.

De acordo com o levantamento, 69% de todas as mortes por diarreia em 2019 foram resultado da falta desses serviços básicos, o que representou mais de um milhão de vidas perdidas. 

Além disso, 356 mil pessoas perderam a vida naquele ano por infecções respiratórias graves, que resultaram de práticas inseguras de higiene das mãos. 

A diretora do Departamento de Meio Ambiente, Mudanças Climáticas e Saúde da OMS, Maria Neira, disse que a urgência de investir nesses serviços essenciais “é mais forte do que nunca”. 

“Progresso insuficiente”

Para ela, o aumento de conflitos, o surgimento de resistência antimicrobiana, o ressurgimento de focos de cólera e as ameaças de longo prazo das mudanças climáticas, são fatores que reforçam o apelo. 

Maria Neira enfatiza que houve melhora nos últimos dez anos, “mas o progresso é desigual e insuficiente”.

As estimativas são baseadas em quatro questões de saúde: diarreia, infecções respiratórias agudas, desnutrição e helmintíases, que é um tipo de parasita do solo. Porém, a OMS estima um impacto muito maior, pois a falta destes serviços vai além da doença e afeta o bem-estar social e mental. 

Além disso, é provável que as alterações climáticas exacerbem muitas doenças e riscos relacionados com água, saneamento e higiene que não são totalmente captados nas estimativas atuais.

Soluções

Para reduzir a carga de doenças transmitidas por essas vias, a OMS pede que os governos atuem em conjunto com agências da ONU, parceiros multilaterais, setor privado e organizações da sociedade civil em diversas frentes.

Dentre elas estão dedicar atenção especial para populações mais pobres e marginalizadas, que enfrentam riscos mais altos, e melhorar o monitoramento da oferta desses serviços.

Para apoiar os governos, a OMS também lançou hoje uma nova ferramenta para modelar os impactos de doenças em diferentes cenários. A base de dados contempla os 183 Estados-Membros da OMS.