ONU: Comitê de furacões discute planos para 2021 após recorde em 2020

O ano de 2020 terminou com 30 tempestades tropicais, incluindo 19 furacões no Mar Atlântico e no Mar do Caribe

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

A temporada de furacões no Oceano Atlântico em 2020 teve um recorde de 30 tempestades tropicais, incluindo 13 furacões e seis grandes furacões, com impactos diretos em muitos países da bacia do Atlântico, Mar do Caribe e Golfo do México. 

Houve cinco furacões no Caribe, incluindo dois de categoria 4, ocorridos na Nicarágua com um intervalo de duas semanas. Há registro de 12 tempestades terrestres no território continental dos Estados Unidos.

Foi a sexta temporada consecutiva com atividade acima da média, o que causou centenas de vítimas e bilhões de dólares em danos. “Foi uma das mais desafiadoras”, disse Petteri Taalas, chefe do OMM (Organização Meteorológica Mundial).

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Mulher atravessa uma estrada inundada em El Salvador, depois que a tempestade tropical Amanda causou um deslizamento de terra, em maio de 2014 (Foto: PMA/Mauricio Martinez)

Taalas afirma que pelo segundo ano consecutivo, as restrições para impedir a propagação da pandemia parecem complicar a preparação e a resposta aos furacões. As capacidades de enfrentamento, especialmente em áreas arrasadas por tempestades, estão se esgotando. 

Ele afirma que mais do que nunca, alertas precisos e oportunos são vitais para minimizar mortes e distúrbios e para maximizar a segurança e o bem-estar públicos.

Próxima temporada

O Comitê de Furacões, que atende a América do Norte, América Central e Caribe examinará o plano operacional para a próxima temporada em sessão virtual de 15 a 17 de março. Isso inclui o fornecimento de previsões e alertas, bem como avaliações de impacto para riscos de vento, tempestades e inundações, e a convenção de nomenclatura.

“Apesar dos graves impactos e fatalidades que ocorreram em 2020, não há dúvida de que centenas e talvez milhares de vidas foram salvas graças à preparação”, disse Kenneth Graham, diretor do CNF e presidente do Comitê de Furacões. 

Segundo ele, “alertas oportunos e direcionados garantiram um equilíbrio bem-sucedido entre a necessidade de evacuar e a necessidade de permanecer no meio da pandemia”.

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Registros do ciclone tropical Eloíse na cidade de Beira, na região central de Moçambique, em 24 de janeiro de 2021 (Foto: Twitter/Unicef Moçambique)

Durante a temporada recorde do ano passado, o Centro Nacional de Furacões emitiu 639 pacotes de consultoria, quase o dobro da média. Aeronaves da Força Aérea dos Estados Unidos e do Noaa de Reconhecimento de Furacões realizaram 223 missões para monitorar a trajetória e a intensidade dos ciclones tropicais.

A temporada de 2020 teve um início rápido e precoce, com um recorde de nove tempestades de maio a julho. Terminou tarde, com dois grandes furacões registrados pela primeira vez em novembro e em um momento em que a temporada normalmente está terminando.

A temporada foi tão ativa que a lista rotativa de 21 nomes da OMM se esgotou e o alfabeto grego foi usado pela segunda vez. A primeira foi em 2005.

Louisiana

No final de agosto, Laura atingiu a costa do estado US$ 19 bilhões em danos e 77 mortes. Setembro foi o mês mais ativo já registrado no Atlântico, com 10 tempestades nomeadas. O lento furacão Sally atingiu a Costa do Golfo dos Estados Unidos provocando graves inundações.

Já os furacões Eta e Iota atingiram a categoria 4 na Nicarágua com apenas duas semanas de diferença em novembro de 2020, matando centenas de pessoas e impactando toda a região.

“Os países em desenvolvimento e pequenas ilhas da América Central estão cada vez mais vulneráveis aos impactos dos ciclones tropicais”, disse Evan Thompson, presidente da Associação Regional da OMM para a América do Norte, América Central e Caribe.

“Eles podem reverter anos de desenvolvimento socioeconômico em questão de horas. Em 2020, vimos isso mais uma vez com efeito trágico”. A temporada de furacões começa oficialmente em 1º de junho e dura até 30 de novembro. Em maio, o Nooa emitirá suas previsões para a estação de 2021.

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