Este conteúdo foi publicado originalmente pelo portal ONU News, da Organização das Nações Unidas
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que muito mais precisa ser feito para lidar com os riscos específicos da crise climática para as áreas da paz e da segurança internacionais.
Falando em sessão sobre o tema no Conselho de Segurança, ele ressaltou a necessidade de se limitar o aumento da temperatura global em 1.5ºC até o final do século.
Para Guterres, cabe à comunidade internacional proteger as pessoas e comunidades atingidas pelas mudanças climáticas e reforçar os preparativos. Ele citou quatro áreas prioritárias.
Em primeiro lugar, um foco maior na prevenção por meio de ações ambiciosas. Em segundo, Guterres considera serem necessárias ações imediatas para proteger os países, as comunidades e as pessoas dos impactos cada vez mais frequentes e severos.
O secretário-geral defende um avanço na adaptação e resiliência aumentando de forma drástica o nível de investimentos. Outra medida é cobrir as lacunas com mais apoio financeiro a países e comunidades com os piores impactos da crise climática.
Em terceiro lugar, Guterres pede a adoção de um conceito de segurança centralizado nas pessoas com o respeito pelos direitos humanos, especialmente os das mulheres.
O reforço do Estado de direito, da inclusão e da diversidade devem ser observados para resolver a crise climática e criar sociedades mais pacíficas e estáveis. Em último lugar, o chefe da ONU diz que é preciso aprofundar as parcerias dentro e fora do sistema das Nações Unidas.
Segundo Guterres, a crise climática “o desafio multilateral de nossa época”. O impacto já está “em todas as áreas da atividade humana” e a solução “requer coordenação e cooperação em dimensão nunca vista”.
Estados
O apelo ao Conselho de Segurança é que use a influência dos Estados-membros para garantir o sucesso da COP-26 (Cúpula da ONU sobre o Clima). Guterres pediu que a mobilização para que cada setor possa fazer sua parte chegue a instituições financeiras internacionais e o setor privado.
Após prometer total apoio das Nações Unidas à presidência britânica da COP-26, ele chamou a atenção para 2021 como “um ano decisivo para a ação coletiva contra a emergência climática”.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, liderou a reunião nesta terça (23) em Nova York, nos EUA.
Participaram o presidente Lazarus Chakwera do Malauí, representando os Países Menos Desenvolvidos, o chefe do governo de Antígua e Barbuda em nome dos Pequenos Estados Insulares e o ministro alemão das Relações Exteriores, Heiko Maas, em nome do Grupo de Amigos do Clima e Segurança.