ONU lamenta número recorde de funcionários mortos em ação em 2021

No total, 485 funcionários das Nações Unidas morreram no ano passado, sendo 414 civis. Eles eram de 104 países diferentes

A ONU (Organização das Nações Unidas) realizou na quarta-feira (22) o Memorial Anual para honrar os funcionários que morreram enquanto trabalhavam para a organização no ano passado. O secretário-geral António Guterres falou na cerimônia e destacou que, no período entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2021, aconteceu o maior número de mortes de servidores em um ano. 

No total, 485 funcionários das Nações Unidas morreram em 2021, sendo 414 civis. De acordo com o chefe da organização, eles eram de 104 nações de todos os cantos do mundo.

Em nome dos servidores, Guterres afirmou que as vítimas “trabalharam para fazer a diferença” e prometeu continuar com a “mesma dedicação e coragem que definiram o trabalho deles”. Acrescentou, ainda, que espera que “a memória deles seja uma bênção e uma inspiração para todos nós”.

Segundo a ONU, desde sua fundação, mais de 3,5 mil homens e mulheres perderam a vida enquanto serviam à entidade.

Boina azul da ONU em missão de paz na República Centro-Africana (Foto: MINUSCA/Leonel Grothe)

Histórico

Ole Bakke, norueguês servindo na Palestina, foi a primeira vítima da história da ONU, morto a tiros em julho de 1948. Dois meses depois, Folke Bernadotte, da Suécia, mediador da ONU na Palestina, foi o segundo a ser morto. Já o secretário-geral Dag Hammarskjöld, junto com outras 15 pessoas, morreu em um acidente de avião na antiga Rodésia, atual Zâmbia, em 1961.

Três décadas depois da morte de Hammarskjöld, o número e a escala crescentes de missões de paz da ONU passaram a colocar muitos funcionários em risco. Mais vidas foram perdidas durante a década de 1990 do que nas quatro décadas anteriores combinadas.

Recentemente, a ONU se tornou um alvo como entidade, com suas instalações atacadas três vezes: em Bagdá, 2003, Argel, 2007, e Cabul, 2009. O atentado em Bagdá levou à morte do diplomata brasileiro Sérgio Vieira de Mello, que servia como alto comissário para os direitos humanos.

De 2013 a 2017, um aumento consistente nas mortes de soldados de paz devido a atos violentos resultou em 195 mortes.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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