ONU: Meta é imunizar 50 milhões de crianças sem vacinas após pandemia

Cobertura vacinal de sarampo, febre amarela e difteria registram maiores lacunas desde início da crise da Covid-19

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

Uma nova estratégia de imunização para chegar a mais de 50 milhões de crianças não vacinadas contra sarampo, febre amarela e difteria, foi lançada pela ONU nesta segunda (26).

Um estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde), revela que os serviços de imunização estão se recuperando dos atrasos, do ano passado, mas milhões de crianças continuam sob risco de morte por causa dessas doenças.

O anúncio ocorre no terceiro dia da Semana Mundial de Imunização, que vai até esta sexta-feira. Além da OMS participam do apelo o Unicef (Fundo da ONU para a Infância) e a Aliança Gavi de vacinas que querem a renovação de um compromisso na área da vacinação. 

ONU: Meta é imunizar 50 milhões de crianças sem vacinas após pandemia
Criança recebe vacina contra o sarampo em Bertoua, Camarões, fevereiro de 2021 (Foto: Unicef/Frank Dejongh)

Apesar do progresso, antes da pandemia, mais de um terço dos países pesquisados, 37%, ainda relatam interrupções em seus serviços de vacinação de rotina. As campanhas de imunização em massa também continuam afetadas. 

De acordo com os novos dados, 60 campanhas foram adiadas em 50 países. Com isso, 228 milhões de pessoas, a maioria crianças, correm risco de contrair doenças como sarampo, febre amarela e poliomielite. Mais da metade estão na África. 

Crianças 

Em comunicado, a diretora-executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que “mesmo antes da pandemia, já havia sinais preocupantes de que se estava perdendo terreno na luta contra doenças infantis, com 20 milhões de crianças deixando de tomar vacinas importantes.” 

Devido às interrupções, o Unicef administrou mais de 2,01 bilhões de doses de vacina em 2020, em comparação a 2,29 bilhões no ano anterior. Como resultado dessas lacunas, surtos graves de sarampo foram relatados em países como a República Democrática do Congo, Paquistão e Iêmen. 

Para enfrentar esses desafios, a OMS, o Unicef e a Aliança Gavi lançaram a Agenda de Imunização 2030, que enfoca a vacinação ao longo da vida, desde a infância à adolescência e à terceira idade. De acordo com a OMS, a estratégia pode evitar cerca de 50 milhões de mortes, 75% delas em países de rendas baixa e média-baixa. 

As principais metas são 90% de cobertura para vacinas essenciais na infância e adolescência, redução pela metade o número de crianças que não recebem qualquer vacina e concluir 500 introduções nacionais ou subnacionais de vacinas novas ou subutilizadas, como as de Covid-19, rotavírus ou papilomavírus humano.

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