Com mais de 95% de imunizados, África erradica poliomielite selvagem

Contaminação despencou desde os anos 1990, graças à vacina da "gotinha", que chegou a áreas remotas

Com mais de 95% da população imunizada, a África erradicou a poliomielite selvagem, doença responsável por quadros de paralisia infantil. O marco foi comemorado nesta terça (25) pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Os 177 casos ativos atualmente no continente africano derivam da vacina e estão mapeados. A doença agora só é encontrada no Afeganistão e no Paquistão.

A Nigéria foi o último país a se declarar livre da doença. Mais da metade dos casos registrados desde 2010 vieram do país.

A erradicação é considerada uma vitória, já que a campanha conseguiu acessar lugares sob ameaça na Nigéria. Um exemplo é o estado de Borno, cujo território é dominado pelo grupo extremista islâmico Boko Haram.

Só em 1996, mais de 75 mil crianças ficaram paralisadas pelo vírus no continente. À época, todos os países africanos foram afetados.

Com mais de 95% de imunizados, África erradica poliomielite selvagem
Crianças com menos de 5 anos recebem a dose contra a poliomielite na região de Darfur, no Sudão, em fevereiro de 2011 (Foto: UN Photo/Olivier Chassot)

De lá para cá, bilhões de vacinas orais – conhecidas no Brasil como “gotinha” – foram fornecidas no continente africano no combate à poliomielite. Em 1961, o médico polonês Albert Sabin desenvolveu a dosagem distribuída hoje na maioria dos países do mundo.

Estima-se que cerca de 1,8 milhão de casos de poliomielite foram evitados desde o início da campanha.

Mais de duas milhões de pessoas trabalharam na linha de frente da imunização nos últimos 24 anos. Do total, 95% eram mulheres, responsáveis por entregar as doses em comunidades remotas.

No mundo, duas de três estirpes da pólio já foram erradicadas. Ainda assim, a OMS recomenda que os países permaneçam vigilantes até que haja a extinção global de casos novos.

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